Fiesp prevê queda na produção de exportadoras
A crise econômica mundial tem modificado as expectativas de crescimento da indústrias brasileiras, principalmente das exportadoras. Ontem (30), o diretor do Departamento de Relações Internacionais do Comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, afirmou que o cenário de retração de crédito e elevação do dólar deve reduzir as exportações nacionais, impactar negativamente na produção dessas empresas e, por conseqüência, na produção de outros setores.
“Com a crise, as pessoas tendem a ser cautelosas. Elas vão cortar consumo, viagens e dispêndios; e isso vai afetar a economia”, disse Fonseca. “As exportadoras terão de renegociar contratos, oferecer descontos ou então começar a planejar um down size, um corte temporário na produção, uma estratégia para sobrevivência.”
Segundo ele, essa possível redução na produção das exportadoras pode também contagiar outros setores da economia nacional e criar um “ciclo vicioso” de retração. “Com menos produção, menos emprego; com menos emprego, menos consumo; com menos consumo, menos produção; e assim por diante.”
Estudos realizados pela consultoria LCA já apontam que a crise causará uma queda no ritmo de crescimento do Brasil nos próximos dois anos. Francisco Pessoa Faria, economista da LCA, afirma que em 2009 e 2010, o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve ser de 3,7% e 4,1%, respectivamente. Neste ano, segundo ele, o crescimento será de 5,1%.
Faria diz ainda que, caso o pacote de ajuda dos bancos norte-americano seja rejeitado pela Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, o cenário é mais pessimistas. O crescimento do PIB brasileiro deve ser de 2%, em 2009, e 2,9%, em 2010. “O pacote seria um remédio para diminuir o pânico dos investidores e melhorar o nível de liquidez do mercado. Creio que ele será aprovado, mas, se não for, as conseqüências serão ainda piores.”
O economista Alkimar Moura, professor da Fundação Getulio Vargas em São Paulo, também acredita na retração do crescimento. Apesar de afirmar que a dimensão real da crise ainda não ser conhecida, ele estima que o crescimento do PIB do país caia de 5%, previstos para este ano, para 3,5%, em 2009.
Agência Brasil / Vinicius Konchinski
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