Se, em junho, houve uma alta de 2% no faturamento da indústria, em julho o setor voltou a encarar um cenário de retração, com queda de 4,3% na série livre de influências sazonais. Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No acumulado dos sete primeiros meses, a diminuição foi de 12% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os demais indicadores da atividade industrial também caíram em julho frente a junho na série com ajuste sazonal. Essa série desconsidera do cálculo do indicador do faturamento da indústria características específicas do período, como, por exemplo, a redução da produção provocada por feriados ou o aumento da demanda no Natal ou do Dia das Mães.

As horas trabalhadas na produção recuaram 0,2% em julho na comparação com junho, na série dessazonalizada. De janeiro a julho, a redução desse indicador foi de 9,3% frente ao mesmo período do ano passado.

A utilização da capacidade instalada caiu para 76,9%, o nível mais baixo desde 1999, quando a CNI começou a fazer a pesquisa. Isso significa que a indústria operou com mais de 20% de ociosidade em julho.

Uma da consequências é a manutenção da contração do mercado de trabalho. O emprego na indústria diminuiu 0,4% em julho na comparação com junho, na série livre de influências sazonais. A queda do emprego de janeiro a julho chega a 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

A massa real de salários recuou 0,9% entre julho e junho. Foi a terceira queda consecutiva do indicador. De janeiro a julho, a queda foi de 9,7% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com os Indicadores Industriais, o rendimento médio real do trabalhador da indústria caiu 0,3% em julho frente junho, com ajuste sazonal. De janeiro a julho, o rendimento teve retração de 0,9% na comparação com o mesmo período de 2015.