Cerca de 50 CEOs (chief executive officer, na sigla em inglês), ou diretores presidentes, de companhias estrangeiras participaram nessa quinta-feira (10), no Rio, de reunião para avaliar o potencial brasileiro como provedor de softwares (programas de computador) e serviços na área de tecnologia da informação (TI). As delegações eram compostas por executivos dos Estados Unidos, do Japão, da China e de países europeus, principalmente da Inglaterra.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Antonio Gil, afirmou que a possibilidade de realização de negócios pelo Brasil na área de TI é muito grande. Disse que o país saiu da estaca zero há cerca de cinco anos em matéria de exportação de softwares e serviços. No ano passado, o Brasil exportou US$ 3 bilhões e em 2010 a meta é exportar em torno de US$ 3,5 bilhões, atingindo US$ 5 bilhões em 2011.

“É um crescimento fantástico”, disse Gil. Ele reconheceu que em termos de volume, ainda é um número pequeno, tendo em vista que o mercado global de exportação de software e serviços atinge US$ 100 bilhões, dos quais US$ 60 bilhões são detidos pela Índia. “Entretanto, é um número que cresceu muito nos últimos cinco anos e tem potencial de crescimento bastante grande”.

Segundo o presidente da Brasscom, o Brasil apresenta vantagens para atingir esse objetivo. Entre elas, está o mercado interno de TI que envolve US$ 60 bilhões anuais. “É o 8º maior [mercado] do mundo e um dos mais sofisticados”, ressaltou Antonio Gil.

O Brasil se destaca na área de TI em serviços e programas relativos a governo eletrônico, votação eletrônica e serviços financeiros, entre outros. Além disso, tem profissionais capacitados, conhecimento de indústria. “Falta agora sermos mais agressivos nas exportações”, acrescentou.

O cenário, contudo, não é feito só de vantagens. Existem problemas a serem superados com urgência, disse o presidente da Brasscom. Ele explicou que os custos trabalhistas e os impostos diminuem de forma considerável a competitividade brasileira frente aos países concorrentes. Sugeriu que na reforma tributária seja tributado o faturamento e não a folha de pagamento.

Para Gil, outra dificuldade é a língua inglesa. “Porque tudo é feito em inglês. Então, o país precisa se preparar mais para se comunicar melhor”. Além disso, é preciso que haja maior divulgação da sofisticação e do tamanho do mercado do Brasil no exterior.

A perspectiva é de que o evento resulte em negócios para as empresas nacionais, a curto prazo, da ordem de U$$ 100 milhões. Os setores financeiro e de seguros, além de empresas manufatureiras, de distribuição e automotivas estão entre os principais futuros clientes do produto de TI brasileiro, informou Gil.

“Nós não estamos iguais à Índia, mas estamos no segundo pelotão, que tem a China, Rússia, o Brasil, as Filipinas, que estão brigando pelo segundo lugar”, disse o presidente da Brasscom.
O fórum foi organizado pela Brasscom, com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Agência Brasil / Alana Gandra
Edição: Graça Adjuto

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