O governo dos Estados Unidos depositou a primeira parcela de US$ 30 milhões, do total de US$ 147 milhões anuais previstos, para o Instituto Brasileiro de Algodão (IBA). O fundo de compensação para financiar projetos de apoio à cadeia produtiva brasileira de algodão é resultado do acordo entre o Brasil e os EUA para evitar retaliações comerciais aos norte-americanos autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC).

A gestão do fundo será partilhada entre governo, por meio dos ministérios da Agricultura, de Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e iniciativa privada, sob a liderança da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que confirmou o depósito na conta do IBA aberta nos Estados Unidos.

O restante dos recursos deve ser repassado à medida que os dois países forem acertando os programas a serem financiados pelo fundo.

Em novembro do ano passado, a OMC autorizou o Brasil a retaliar os Estados Unidos até US$ 830 milhões por causa de subsídios concedidos aos produtores de algodão pelo governo norte-americano. Desse total, US$ 591 milhões são em produtos que terão a tarifa de importação reajustada e cerca de US$ 240 milhões em propriedade intelectual, que envolve marcas, patentes e direitos autorais que podem ser quebrados pelo Brasil.

Um acordo feito há cerca de duas semanas, no entanto, prevê a suspensão das retaliações pelo Brasil até 2012, quando a lei agrícola norte-americana deve ser reformulada. Pelo acerto, os Estados Unidos terão de limitar os gastos com subsídios e reduzir as ajudas no programa de garantias de crédito à exportação do algodão.

Danilo Macedo e Wellton Máximo / Agência Brasil
Edição: João Carlos Rodrigues

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