Estudo do Ipea aponta redução da desigualdade no Brasil
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que está menor a desigualdade social no Brasil, afirmando que “não há na História brasileira, estatisticamente documentada desde 1960, nada similar à redução da desigualdade de renda observada desde 2001”, diz o documento. Ainda assim, a desigualdade no Brasil é uma das 12 maiores do mundo.
O estudo, chamado A década inclusiva (2001- 2011): Desigualdade, Pobreza e Políticas de Renda, utilizou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra um crescimento na renda per capita dos 10% mais ricos em 16,6%, enquanto dos mais pobres teve alta de 91,2% no período em termos acumulados: um crescimento cinco vezes e meia mais rápido que os mais ricos.
A evolução da renda dos 20% mais ricos no Brasil foi menor ao de todos os integrantes do Brics (além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), enquanto o crescimento de renda dos 20% mais pobres supera o de todos os demais, exceto a China.
Ainda assim, de acordo com o estudo, nesse ritmo, o Brasil levaria 20 anos para atingir níveis de desigualdade dos EUA, por exemplo.
O estudo do Ipea diz que as pessoas que vivem em famílias chefiadas por analfabetos, tiveram aumento de 88,6% na renda. Nas famílias em que o responsável tem 12 ou mais anos de estudos completos, a renda caiu 11,1%.
Na região Nordeste a renda sobe 72,8%, contra 45,8% do Sudeste. Da mesma forma, a renda cresceu 85,5% nas áreas rurais pobres enquanto nas metrópoles houve alta de 40,5%. O Ipea também apurou que, na década, a renda daqueles que se identificam como negros subiu 66,3%, enquanto dos pardos 85,5%. Já para os que se dizem brancos, o crescimento foi de 47,6%.
O estudo responsabiliza programas como o Bolsa-Família e o Brasil Sem Miséria por contribuírem para que os resultados fossem positivos e deposita nessas ações o meio para as futuras melhoras nos índices de desigualdade social. “A segunda década do novo milênio parece ser a de múltiplos caminhos em direção à superação da pobreza. Diversos deles serão trilhados sobre a estrutura do Bolsa-Família”, conclui o estudo.
Com informações do Estado de S. Paulo.
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