Especialistas discutem como reduzir preços da energia elétrica
Para o diretor do Instituto Nacional de Eficiência Energética (Inee), Pietro Erber, a questão tarifária e o endividamento preocupam bastante os especialistas do setor energético.

Especialistas do setor energético debateram hoje (7) propostas para a produção de energia elétrica com preço baixo e qualidade adequada em 2015 durante o 16º Encontro de Energia do Rio de Janeiro (Enerj), na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). O setor teve nesses últimos anos um endividamento de R$ 60 bilhões.

De acordo com o professor de Recursos Hídricos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Jerson Kelman, o consumidor deverá ter benefícios com as medidas que vêm sendo estudadas pelo governo. “O país está passando por uma situação hidrológica adversa, [com] efeitos no custo da energia térmica, [hoje] represado, para os próximos anos”, comentou. Segundo ele, há perspectiva de benefícios para o consumidor por conta da liberação das antigas usinas que agora vão ser vendidas.

Para o diretor do Instituto Nacional de Eficiência Energética (Inee), Pietro Erber, a questão tarifária e o endividamento preocupam bastante os especialistas do setor energético. Conforme disse, a dívida (de R$ 60 bilhões) não constitui apenas uma pendência, mas também uma despesa que deve aumentar em razão dos juros a serem pagos em curto prazo.

Para Erber, entre as opções energéticas, há o gás natural. De todos os combustíveis fósseis é o que menos contribui para agravar o efeito estufa e o que tem menos emissões nocivas para o ambiente local. Conforme ele, a opção pelo gás natural – por ser benéfica para o país – deve aparecer como prioridade em diretrizes políticas.

Segundo Pietro Erber, o que agrava a situação energética do Brasil hoje é a situação desfavorável do quadro hidrológico, em razão do baixo nível dos reservatórios. “É normal que eles estejam no nível baixo no fim do ano, mas estão bastantes baixos. O último verão foi uma catástrofe: vamos nos preparar. O que poderá haver é um racionamento no ano que vem, mas espero que não haja. Caso a demanda cresça significativamente, o que não é muito provável pela situação da economia e principalmente se a situação hidrológica não melhorar, isso poderá acontecer”, abordou.

O especialista acredita que o país não vai sofrer com apagões, mas alertou que, para que haja mais segurança, é preciso maior investimento público e privado. Ele acredita que é necessário um equilíbrio entre a segurança que as pessoas desejam ter e o preço que elas se dispõem a pagar. “Eu não vejo nenhuma razão para ter grandes apagões, embora apagões de algumas horas [ocorram] em qualquer sistema em qualquer parte do mundo”, comentou Erber.

Agência Brasil

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