Endividamento sobe em março em São Paulo
A crise e as dívidas de início de ano provocaram o aumento do número de famílias endividadas no município de São Paulo em março, apontou a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), divulgada nesta sexta-feira pela Fecomercio-SP, que ouviu 2.200 consumidores no município de São Paulo.
A parcela de famílias com algum tipo de dívida, que vinha em queda –foi de 45% em janeiro para 38% em fevereiro–, chegou aos 50% em março. Na comparação com março de 2008, quando o indicador atingiu 48%, houve alta de dois pontos percentuais
Segundo a entidade, a alta também pode ser explicada pelo comprometimento do orçamento dos consumidores com dívidas típicas de início de ano, como IPTU, IPVA, matrículas e materiais escolares e férias.
A crise econômica mundial também pesa entre os consumidores. Segundo a pesquisa da Fecomercio, “a maioria dos consumidores entrevistados (86%) informou que não planeja contratar qualquer tipo de financiamento nos próximos meses, o que demonstra cautela para a aquisição de novas dívidas, seja para compras ou até mesmo para pagar outros débitos”.
“Os dados de endividamento das famílias para os próximos meses estarão condicionados aos impactos da crise financeira internacional sobre a economia brasileira, principalmente para as variáveis de emprego e renda”, explica Kelly Carvalho, economista da Fecomercio.
De acordo com o estudo, entre os consumidores com rendimento de até três salários mínimos, 48% possuem algum tipo de dívida. Na faixa de renda entre quatro e dez salários, 52% estão endividados, enquanto entre as famílias que recebem mais de dez salários, o nível de endividamento alcança 48%.
Na análise por sexo, 50% dos homens têm dívidas, mesmo percentual verificado entre as mulheres. Por outro lado, na divisão por faixa etária, a pesquisa destaca que entre os consumidores com idade entre 18 e 35 anos, 52% possuem algum tipo de dívida. Já para aqueles que têm mais de 35 anos, o percentual chega a 50%.
A parcela de famílias com contas em atraso também subiu, indo de 12% para 19% –em março de 2008, a taxa era de 17%. “O aumento da taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo que, segundo dados do IBGE, passou de 7,1% em dezembro para 9,4% em janeiro, pode ter contribuído para o resultado deste mês”, avalia a Fecomercio.
A pesquisa aponta ainda que 5% das famílias acreditam não ter condições de pagar as suas dívidas nos próximos meses, percentual praticamente estável em relação ao mês anterior (4%).
Com informações FSP
Comentários
Ainda não há nenhum comentário para esta publicação. Registre-se ou faça login e seja o primeiro a comentar.