Empresas de capital aberto registram 61,8% de perdas no trimestre
O segundo trimestre deste ano não foi bom para as empresas de capital aberto no Brasil. Balanços divulgados nesta semana comprovam que o lucro líquido de 241 companhias não financeiras que divulgaram seus resultados até a manhã desta quarta-feira, 15, caiu 61,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte de um levantamento da consultoria Economática.
As empresas somaram um lucro líquido de R$ 13,7 bilhões, redução de R$ 22 bilhões em relação aos R$ 35,9 bilhões registrados no segundo trimestre de 2011. Os balanços ruins da Vale e Petrobrás, que concentram cerca de um terço da receita das 241 empresas avaliadas, impactaram o resultado. A queda nos ganhos das empresas reflete a desvalorização do real e a desaceleração da economia.
Mesmo sem levar em consideração os resultados da Vale e da Petrobrás, de acordo com a Economática, as empresas avaliadas lucraram 33,6% menos no segundo trimestre deste ano.
A valorização do dólar pode ter provocado o impacto negativo nos resultados divulgados. A moeda americana teve um aumento de 10,9% ante o real entre abril e junho. “Muitas empresas têm dívida em dólar e a mudança cambial fez com que ela ficasse maior”, disse o presidente da Economática, Fernando Exel.
Apesar da conta financeira ser considerada “contábil”, e não representar desembolso de caixa, o lucro operacional também foi ruim e registrou uma queda de R$ 40,5 bilhões, 20,8% menos do que o mesmo período de 2011, segundo a Economática.
Os piores resultados operacionais no trimestre são dos setores de construção (-87%), petróleo (-61%) e siderurgia (-29%). Já os melhores desempenhos estão nos setores têxtil (41%), de varejo (18%) e alimentos e bebidas (14%).
Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, os resultados do segundo semestre ainda devem registrar perdas. Ainda assim, o futuro se mostra um pouco mais animador. De acordo com o economista, o pacote de estímulo à economia divulgado ontem pelo governo federal deve começar a surtir efeito, porém, não em breve. “No curto prazo, há uma melhora na confiança das empresas. Mas há um ‘delay’ até gerar um investimento que aqueça a economia”, completou Agostini.
Com informações do Estado de S. Paulo.
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