Entidades ligadas a trabalhadores e a empresários criticaram a decisão do Conselho de Política Monetária (Copom) de elevar em 0,75 ponto percentual a taxa básica de juros da economia nacional, a Selic. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirmou em nota que aumentar a taxa Selic para 13,75% ao ano é um “grave erro”, cometido repetitivamente. “Errar é humano. Mas persistir no erro é burrice”, criticou a entidade, em nota enviada à imprensa.

Segundo a Fiesp, de nada adianta discutir política de desenvolvimento e resgate da dívida social se “escoa pelo ralo da dívida interna a fatura do perverso aumento dos juros.”

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse que também não aprova a elevação de 0,75 ponto percentual da taxa básica de juros. A CNI defende que uma política monetária gradual seria mais eficaz no combate à inflação no momento atual, que ela considera ser de incerteza. Para a CNI, o Banco Central deveria manter o ritmo e esperar pelas naturais defasagens dos impactos da política monetária restritiva.

A entidade acredita que a postura de cautela é mais defensável, uma vez que a política fiscal se mostra em maior sintonia com as necessidades de combate à inflação via redução das despesas do governo. Em nota, a entidade defende que a redução dos gastos do governo é uma ação crucial para fazer com que as expectativas convirjam para a meta de inflação.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) afirmou que o Copom quer “frear o ritmo de expansão do crescimento e sufocar um ciclo de desenvolvimento sustentável”.

A Força Sindical informou em nota que o aumento dos juros é “colossal, inoportuno e inconveniente”. Para a central sindical, a alta da inflação não justifica a decisão do Copom já que “a subida dos preços foi provocada pela redução da oferta e não pela demanda”.

Luciana Lima / Vinicius Konchinski / Agência Brasil

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