Em sete anos, preço dos alimentos subiu 79%
O baixo índice de inflação registrado nesta semana referente ao mês de julho (0,03% ante junho) não animou o mercado, nem o governo. No supermercado, a conta continua alta e os consumidores também não sentiram diferença no valor total das compras. Embora o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, indicador oficial da inflação) tenha ficado menor no período, esse resultado não deve se manter neste mês e também não representa economia nos setores que mais impactam no bolso do brasileiro.
Em relação ao início do ano, tomate e cebola, por exemplo, estão mais baratos. Mas isso não reflete a evolução dos preços ao longo dos anos, que estão em disparada. Em 12 meses, a inflação dos alimentos e bebidas subiu 11,4%. No acumulado de sete anos (de julho de 2006 a julho de 2013), os preços desse grupo subiram 79%, ainda que, neste intervalo de tempo, tenha havido oscilações, segundo a Tendências Consultoria.
Para o mercado, além do preço dos alimentos continuarem altos, os próximos meses serão ainda piores. Com os eventos climáticos das últimas semanas, grãos e hortaliças vão ficar mais caros. Produtos importados sofrerão com a alta do dólar.
Na avaliação dos economistas, os alimentos têm subido tanto por fatores externos – como as condições climáticas em vários países do mundo – e internos, como a falta de políticas de estímulo aos produtores em períodos de menor produção e plantio.
Além dos alimentos, na avaliação do mercado, o setor de vestuário terá inflação com a entrada da nova coleção primavera/verão. No mês anterior, as liquidações de inverno motivaram a redução de preços neste grupo.
Os ônibus urbanos também não contribuirão para a redução da conta, já que não é mais possível reduzir o preço das passagens. Além da possibilidade de outros elementos neste grupo reajustarem a tabela de preços, como a aviação e o ônibus intermunicipal.
Diante desses fatores, segundo os economistas, o Banco Central (BC) não deve mudar a estratégia do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar ainda mais a Selic. A projeção mais recente é que a taxa básica de juros encerre 2013 em 9,25%.
Com informações do Bom dia Brasil e O Estado de S. Paulo.
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