Em relatório, EUA diz que Brasil é um dos emergentes mais vulneráveis
Em um levantamento do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), Brasil é mostrado como um dos países emergentes mais vulneráveis à redução dos estímulos monetários aos Estados Unidos por conta da recuperação da economia do país. Índia, Indonésia, África do Sul e Turquia também aparecem na avaliação.
O relatório é semestralmente elaborado para dar um panorama político-monetário da economia estadunidense e foi enviado nesta terça-feira, 11, ao Congresso do país. Nele, o Fed lista como motivos dessa fragilidade dos emergentes a desvalorização da moeda e, no caso específico do Brasil, a decisão do Banco Central (BC) de relaxar algumas regras para facilitar a entrada de dinheiro externo. O aumento dos juros, as pressões inflacionárias e os gargalos no fornecimento também são citados como fatores indicativos da vulnerabilidade do Brasil e dos outros emergentes.
Movimentos ocorridos fora dos países negativamente listados também contribuíram para essa fragilidade, segundo o relatório do Fed. Além da mudança da política de estímulos dos EUA, a desaceleração da indústria chinesa, a desvalorização do peso argentino e a intervenção da Turquia para manter o nível da moeda ajudaram a desenhar esse cenário de instabilidade.
O aumento dos juros pagos em títulos do governo destes países (chamados soberanos, que pagam as menores taxas) também é assinalado como outro ponto fraco. De acordo com o Fed, essas taxas vêm tendo “aumentos exagerados, particularmente no Brasil e na Turquia”. Mesmo com os juros altos (que são pagos aos investidores como retorno), as aplicações têm diminuído desde o segundo semestre do ano passado. Segundo o levantamento, isso indica que há uma “vontade reduzida dos investidores de manterem investimentos aos emergentes”.
O Fed decidiu, em janeiro, realizar o segundo corte em seu programa de estímulos, feito por meio de compras mensais de papéis do Tesouro e de títulos hipotecários. Com o levantamento encaminhado ao Congresso dos EUA, o objetivo foi mostrar que “desenvolvimentos adversos” não relacionados diretamente com a mudança na política monetária do país estão causando essa vulnerabilidade, e indica aos emergentes adotarem medidas de longo prazo para deixar as economias mais resistentes a situações adversas.
Com informações do portal G1.
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