Eduardo Campos insiste no passe livre e na redução da meta da inflação
Em entrevista, Eduardo Campos defende passe livre, mudanças no sistema tributário, intervenção na política de reajustes da Petrobras e redução da meta da inflação. Foto: Reprodução internet/G1.

O candidato à presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, concedeu entrevista ao portal G1 nesta segunda-feira, 11. Em aproximadamente 45 minutos, o ex-governador do estado do Pernambuco defendeu a redução da meta central da inflação, a modernização da indústria, o controle do câmbio, uma revisão gradual do sistema tributário do país e uma política de reajuste de preços dos combustíveis programada, para evitar crises financeiras na Petrobras.

De acordo com o candidato, o maquinário da indústria brasileira é velho e os privilégios dados a um ramo em detrimento a outro tiram a competitividade do setor. “A indústria de máquinas, equipamentos e bens de capital, neste semestre que passou, caiu 30%. Nós estamos tendo uma desindustrialização do Brasil. Esse processo já vem de longe”, argumentou.

Na visão de Campos, não se protege a indústria brasileira só taxando a importação. É preciso inovação, tecnologia e revisão do sistema tributário.

Mudanças na tributação do país, afirmou, já foram propostas por todos os presidentes desde Fernando Henrique Cardoso. Mas Campos acredita que as propostas sempre eram feitas “em um ano para entrar em vigor no outro”. Segundo ele, implantar as alterações gradualmente, compensando estados e municípios que tiverem perda de receita, é a solução mais adequada. Dessa maneira, acredita, em aproximadamente dez anos é possível mudar completamente o sistema tributário nacional.

Meta para a inflação. Campos afirmou que é preciso reduzir a meta central da inflação. Países vizinhos do Brasil, como Chile e Colômbia, têm metas centrais menores, disse. Para o candidato, é possível chegar lá assim que o IPCA – medidor oficial da inflação – voltar para o patamar central que existe hoje, de 4,5%. “Mas daí não ficar parado nos 4,5% como um objeto de desejo. É preciso ir adiante”, defendeu.

Petrobras. Campos afirmou que, no seu governo, a primeira medida será “blindar a Petrobras da interferência de política partidária”. Segundo ele, é preciso “garantir à Petrobras regras seguras e uma direção profissionalizada”.

Passe livre. O candidato do PSB defendeu a gratuidade do transporte coletivo para todos os estudantes. Segundo estimativas do partido, seriam necessários R$ 12 bilhões por ano para custear esse benefício. Para chegar a este valor seria criado um fundo nacional com participação dos estados e municípios.

Segundo ele, muitos jovens que conseguiram entrar nas universidades pelo sistema de cotas estão abandonando o curso por não conseguirem custear o transporte, alimentação e moradia. “Hoje o passe livre já é dado para quem tem mais de 60 anos. Por que o país não faz um esforço para dar o passe livre para quem estuda?”, argumentou.

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