O mercado financeiro brasileiro sofrerá a influência de uma crise da economia global, que será conseqüência da rejeição do pacote de socorro ao mercado financeiro americano pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos. A avaliação foi feita ainda ontem (29), à Agência Brasil, pelo presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon/RJ), João Paulo de Almeida Magalhães.

A notícia da rejeição do pacote teve impacto na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que, até o início da tarde, registrava uma queda superior a 10%, provocando a paralisação do pregão.

“Um banco é interligado com outro e os bancos com o mercado”, observou Magalhães. Ele disse que uma das conseqüências do efeito cascata é que a China vai crescer menos do que o previsto e, portanto, vai demandar menos commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no exterior) do Brasil.

Com isso, os preços, que já mostravam uma tendência declinante, vão cair ainda mais. Para Magalhães, nesse cenário, é possível que a balança comercial brasileira tenha redução em 2009.

Segundo ele, as repercussões diretas da crise americana sobre o sistema financeiro nacional serão sentidas, de forma especial, no setor imobiliário, que “estava tomando crédito e lançando ações adoidado e que, na Bolsa de São Paulo [Bovespa], ontem, já apresentava uma queda maior”. O economista destacou, contudo, que não haverá nas empresas do setor imobiliário nada que configure uma crise da dimensão da crise americana.

“Nós vamos ter sobras da crise dos Estados Unidos. E, a meu ver, através de um impacto na economia geral, nas quedas de commodities, mais dificuldades de exportações. Isso vai repercutir no Brasil”, concluiu.

Agência Brasil / Alana Gandra

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