Economista americano diz que Brasil é referência no combate à pobreza
O Brasil tem se tornado uma liderança na redução da pobreza, avaliou o economista e professor da Universidade do Texas James Galbraith, em palestra sobre a dimensão social para um novo ciclo de desenvolvimento da economia mundial. A palestra faz parte do Seminário Internacional sobre Governança Global, organizado pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) e pela Associação Internacional de Conselhos Econômicos e Sociais e Instituições Similares (Aicesis).
Galbraith defendeu a participação do Estado na economia e no desenvolvimento social. “O governo oferece serviços para a população que os banqueiros não podem oferecer”, afirmou. “O perigo é quando as forças financeiras assumem o Estado, o que chamo de Estado predatório”, acrescentou.
Na avaliação do economista, a tarefa dos países não é somente crescer, mas desenvolver um sistema que envolva investimentos em saúde, educação, transporte, habitação e alimentação.
No seminário, o professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Eduardo Viola, que falou sobre sustentabilidade e governança global, defendeu que a mudança climática deixou de ser uma questão secundária no mundo para ser central. “É o maior desafio que a humanidade tem vivido em termos mundiais. A mudança climática já está se manifestando por meio dos fenômenos climáticos extremos”, afirmou.
Segundo Viola, os Estados Unidos, a União Europeia e a China respondem por quase 60% das emissões globais de carbono e têm poder de veto de acordos climáticos. Entretanto, ele avaliou que as sociedades mais pobres são as que têm menos capacidade de se adaptar às mudanças climáticas e sentem mais seus efeitos.
Em relação ao Brasil, Viola afirmou que o país tinha um comportamento ruim quanto ao tema de mudanças climáticas até 2004, mas depois mostrou ser capaz de controlar o desmatamento da Amazônia.
O Seminário Internacional sobre Governança Global reúne nesta quinta-feira (16) cerca de 300 participantes de 15 países, segundo o CDES.
Kelly Oliveira / Agência Brasil
Edição: Juliana Andrade
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