A dívida pública mobiliária federal interna (em títulos) subiu 0,51% em outubro, passando de R$ 1,723 trilhão para R$ 1,732 trilhão, informou nesta segunda-feira, 21, o Tesouro Nacional. Isso ocorreu porque o Tesouro incorporou à dívida R$ 15,37 bilhões em juros, com resgates líquidos de R$ 6,66 bilhões.

Mesmo com a elevação da dívida mobiliária interna, a dívida pública federal – que inclui também a dívida externa –, administrada pelo Tesouro Nacional, apresentou redução de 0,12% em outubro, em termos nominais, passando de R$ 1,808 trilhão para R$ 1,806 trilhão. A queda foi motivada pelo resgate líquido de R$ 11,82 bilhões em títulos. Por outro lado, informou o Tesouro, foram reconhecidos R$ 9,65 bilhões em juros. Esses juros são incorporados à dívida do Tesouro porque os investidores ao obter os títulos, na prática, emprestam dinheiro para o governo em troca de uma remuneração maior dos papéis.

Com relação ao estoque da dívida externa, houve redução em outubro de 12,83% sobre a dívida de setembro, encerrando outubro com R$ 73,94 bilhões (US$ 43,78 bilhões), sendo R$ 63,50 bilhões (US$ 37,60 bilhões) referente à dívida em títulos e R$ 10,44 bilhões (US$ 6,18 bilhões) à dívida contratual.

Em 2011, até outubro, a dívida pública federal apresentou variação positiva, em termos nominais, de 6,64%. No período, a variação foi resultado da apropriação de juros, no valor de R$ 170,13 bilhões. No mesmo período, o resgate líquido chegou a R$ 57,61 bilhões, informou o Tesouro Nacional.

O Tesouro Nacional mantém a administração da dívida pública federal dentro do plano estabelecido no início do ano pelo governo, mesmo com a crise econômica internacional. Segundo o coordenador geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Fernando Garrido, a demanda por títulos públicos federais não tem sido afetada nos leilões realizados pelo governo.

Pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), o estoque em mercado da dívida pública federal deve ficar, em 2011, entre R$ 1,8 trilhão e R$ 1,930 trilhão.

Fernando Garrido informou também que, mesmo com a elevação da dívida pública mobiliária federal interna em outubro, o custo médio acumulado em 12 meses foi reduzido pela primeira vez no ano, passando de 12,79% ao ano em setembro para 12,66% ao ano em outubro.

“Basicamente devido à expectativa de menores taxas, pois os títulos prefixados [o investidor adquire o título com os juros já definidos] estão sendo vendidos com taxas reduzidas e os indicadores de inflação têm caído”, informou.

A emissão do Programa Tesouro Direto, que vende títulos públicos a pessoas físicas por meio da internet, atingiu em outubro R$ 230 bilhões. A maior procura dos investidores foram por títulos corrigidos pela inflação. De acordo com o Tesouro a procura por esses papéis no Tesouro Direto chegou a 63,12%. A demanda por títulos prefixados ficou em 26,33% e corridos pela taxa básica de juros (Selic) em 10,56%.

“Tradicionalmente, a maior procura é por títulos de mais longo prazo, que são os corrigidos pela inflação. O Tesouro Direto tem consolidado como uma estratégia de complementação de aposentadoria”, disse.

Daniel Lima/Agência Brasil

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