Durante as últimas semanas os meios de comunicação veicularam várias pesquisas sobre o cres-cimento e desenvolvimento do Brasil e também demonstraram que vários índices negativos cres-ceram. Mas porque analisar os índices que indicam problemas num processo de desenvolvimento e crescimento? Os dois conceitos apesar de aparentar semelhança apresentam diferenças concei-tuais que fazem a diferença na prática dos cidadãos de um país.

O conceito de crescimento geralmente está associado à ampliação quantitativa da produção, ensejando que esse processo está beneficiando a todos dentro de um país. Já o conceito de desenvolvimento proposto por Shumpeter, o precursor do empreendedorismo, indica que um país desen-volvido apresenta altas taxas relacionadas à condição de vida ou qualidade da vida dos seus habitantes.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), especificamente o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), criado por Mahbub ul Haq com a colaboração do economista indiano Amartya Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, incluiu nesses aspectos distributivos da renda a dimensão social, levando em conta a longevidade e a educação, além do PIB. O Relatório do Desenvolvimento Humano, edição de 2004, com dados de 2002 para o Bra-sil, indica que o país ocupa 72ª posição no ranking, o que o coloca como um dos países com de-senvolvimento humano médio. O IDH do País, composto das realizações médias de uma vida longa e saudável, medida pela expectativa de vida ao nascer; conhecimento, medido pela taxa de alfabetização de adultos e pela taxa de escolarização bruta combinada dos ensinos primário, se-cundário e superior; e um padrão de vida digno, medido pelo PIB per capita em está apresentado na Tabela 1 a seguir.

Tabela 1 – Índice de Desenvolvimento Humano no Brasil – 2002.

Esperança de vida ao nascer (anos)
68,0
Taxa de alfabetização de adultos (% 15 anos e mais)
86,4
PIB per capita (dólares PPC – paridade do poder de compra)
7.770
Índice da educação
0,88

Fonte: Relatório do Desenvolvimento Humano (PNUD, 2004, p. 140)

Os problemas de uma efetiva política pública passam por resolver o elevado índice de analfabetismo entre adultos (86,4%): os dados da PNAD/IBGE 2003 apontam para a existência de 14,6 milhões de pessoas de 15 anos ou mais analfabetas em todo o país,o que corresponde a 11,6% da população (9% de analfabetos no Brasil urbano) e no que concerne à taxa de analfabetismo entre jovens de 15 a 24 anos, o país ocupava o 19º lugar entre 26 nações selecionadas em 2004. Além do mais outros estudos indicam que a capacidade de leitura e interpretação dos brasileiros não chega a 50% na 4ª série e a capacidade de aplicar as operações matemáticas básicas não ultrapassam 30% dos alunos na 8ª série do Ensino Fundamental. Quanto aos indicadores de saúde do Brasil, não são nada favoráveis: o Canadá (com 79,8 anos),os Estados Unidos (com 77,3) e Cuba (com 77,1) são os que mais se destacam pela alta expectativa de vida ao nascer e pela baixa mor-talidade de crianças de menos de 5 anos de idade.

Voltamos à questão: crescimento ou desenvolvimento? Os dois processos são interdependentes, pois o crescimento de nossos índices indica que a sociedade sabe que o desenvolvimento está relacionado à qualidade de vida e necessita que sejam estendidas para todos os cidadãos de um país e especialmente tomar medidas para melhorar a qualidade de ensino o que passa inicialmente pela boa formação do professor(a) e ao atendimento de suas necessidades básicas.

Profª. MSc Gelta Madalena Jönck Pedroso
Profª. MSc Carmen Sílvia Harger

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