Desemprego tem crescimento recorde, mas taxa é a menor desde 98
Apesar de esperado, o crescimento foi o mais intenso para o período de toda a série, iniciada em 1998. Em relação à taxa de desemprego, porém, trata-se da mais baixa para um mês de fevereiro. No ano passado, no mesmo período, a taxa era de 14,5%. No mês passado, o contingente de desempregados nas seis regiões foi estimado em 2,756 milhões de pessoas, 136 mil a mais do que no mês anterior –resultado da eliminação de 229 mil postos e a saída de 94 mil trabalhadores do mercado.
“Esse movimento é usual. O que nos assusta um pouco é a intensidade do crescimento do desemprego, só comparável ao período crítico da crise no início dos anos 90”, disse Alexandre Loloian, coordenador de análises da Seade. Em fevereiro, o nível de ocupação diminuiu 1,3%, pelo segundo mês seguido, o que também era esperado de janeiro para fevereiro, segundo o Dieese/Seade. O total de ocupados nas seis regiões investigadas foi estimado em 17,107 milhões de pessoas, e a PEA (População Economicamente Ativa), em 19,863 milhões.
O crescimento da taxa de desemprego ocorreu em quase todas as regiões, com exceção de Salvador, onde ficou estável em 19,4%. No Distrito Federal a taxa passou de 15,7% em janeiro para 16,3% em fevereiro; em Belo Horizonte foi de 8,8% para 9,4%; em Porto Alegre, de 10% para 10,4%; em Recife, de 18,3% para 19,1%; e em São Paulo, de 12,5% para 13,5%. “Além da intensidade da eliminação de ocupação, preocupa a perspectiva de que é não é um efeito estritamente sazonal. A gente não sabe o quanto vai durar. O mercado de trabalho é estratégico para combater a crise, com a manutenção do emprego e renda, e assim tem de ser tratado”, afirmou a técnica do Dieese, Patrícia Lino Costa.
Segundo os principais setores de atividade, houve queda em todos os pesquisados. O nível ocupacional recuou nos serviços (eliminação de 88 mil ocupações), na indústria (77 mil), na construção civil (27 mil), comércio (27 mil) e em outros setores (10 mil). Em janeiro, no conjunto das regiões pesquisadas, o rendimento médio real dos ocupados ficou estável (leve alta de 0,2%) e passou a valer R$ 1.193, enquanto o dos assalariados permaneceu em R$ 1.255.
Com informações do Folha Online
Comentários
Ainda não há nenhum comentário para esta publicação. Registre-se ou faça login e seja o primeiro a comentar.