A taxa de desemprego caiu de 15% em julho para 14,6% em agosto nas seis regiões metropolitanas analisadas na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pelo Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Segundo a pesquisa, o contingente de desempregados de agosto ficou em 2.932 mil pessoas, 79 mil a menos do que no mês anterior. O nível de ocupação cresceu 0,7%, com a criação de 125 mil postos, enquanto entraram para o mercado de trabalho 46 mil pessoas. O total de ocupados nas seis regiões (São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Minas Gerais e Distrito Federal) foi estimado em 17.145 mil pessoas e a população economicamente ativa (PEA) em 20.077 mil.

Em São Paulo, a pesquisa indicou que a taxa de desemprego diminuiu de 14,8% em julho para 14,2% em agosto, com o contingente de desempregados estimado em 1.501 mil pessoas, 63 mil a menos que no mês anterior. Em agosto, foram criadas 73 mil ocupações e 12 mil pessoas entraram no mercado de trabalho.

De acordo com a pesquisa, o número de ocupados foi de 9.068 mil pessoas. O total de assalariados aumentou 1,1% no mês passado, fator associado ao desempenho positivo do setor público que criou 59 mil empregos. No setor privado, o número de assalariados com carteira assinada também aumentou (26 mil).

Os setores que mais contrataram na Região Metropolitana de São Paulo foram serviços, com crescimento de 1,9%, o que corresponde a 94 mil novos postos de trabalho, e outros setores, incluindo a construção civil, com elevação de 0,8%, o correspondente a 8 mil novas vagas. Registraram queda os setores da indústria (1,5%, com eliminação de 23 mil empregos) e comércio (0,4% ou 6 mil vagas a menos).

Os dados demonstram que a redução no desemprego na Região Metropolitana de São Paulo é importante, porque recuperou o nível de emprego que havia sido perdido nos meses anteriores, afirmou o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian. Para o economista, os números verificados nos setores devem-se ao fato de o emprego e a renda terem se mantido. “Essa relativa estabilidade em um momento em que o mundo inteiro está muito abaixo do que estava em igual mês do ano passado tem sido a grande vantagem da economia brasileira.”

Loloian explicou que o setor de serviços, voltado principalmente para o mercado interno, não sofreu quase nada com a crise. A indústria foi o segmento que mais sofreu, por ser voltado para a exportação. “A crise externa, portanto, afetou a produção interna e o nível de emprego na indústria caiu muito”.

O inverso aconteceu com a construção civil, devido às facilidades de crédito e aos programas de governo voltados para a habitação. “O programa novo do governo está surtindo efeitos em termos de contratação de pessoas. As construtoras estão retomando seus investimentos, que tinham abandonado no ano passado com a crise”, afirmou o economista.

Para ele, no restante do ano, a situação pode melhorar um pouco, caso haja melhorias no mercado internacional, no nível de emprego e da renda e se forem mantidos os programas e estímulos que o governo arquitetou para enfrentar a crise, principalmente o crédito tanto para o consumo quanto para as empresas.

“No emprego, não teremos nada maravilhoso, mas teremos melhorias daqui para frente”, afirmou Loloian. Ele ressaltou que, no segundo semestre, a tendência sempre é de aumento do nível de ocupação e de redução da taxa de desemprego. “A expectativa é de que a taxa fique estável, de que não voltemos ao nível do ano passado, mas mantenhamos uma situação que, diante da conjuntura, será um bom resultado.”

Agência Brasil / Flávia Albuquerque
Edição: Nádia Franco

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