Desde Collor Brasil não cresce tão pouco
A economia brasileira está vivendo o pior momento da história recente do país e só não é pior que a situação vivenciada no governo Collor. Em 2011 e 2012, o crescimento médio anual do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) deverá ser de 2,1%, em média, considerando uma expansão de 1,52% neste ano, conforme previsão do mercado financeiro. Nos dois primeiros anos do governo Lula a média foi de 3,4% no primeiro mandato e 5,6% no segundo. Com Fernando Henrique Cardoso a média foi de 3,2% e 2,3%. No governo Collor o crescimento médio foi de 0,25%.
Para o ano que vem as expectativas não são otimistas. O Brasil poderá sentir os efeitos do abismo fiscal americano, causado pelo fim dos incentivos fiscais implementados há quase dez anos por George Bush, e ao início de cortes no orçamento norte-americano. Se o governo e o Congresso dos Estados Unidos não chegarem a um consenso, o valor retirado da economia pode chegar a US$ 607 bilhões. Com isso, segundo o mercado, a crise internacional pode ficar ainda mais distante de ser resolvida, causando impactos na economia brasileira.
A solução é tirar o foco somente dos incentivos ao consumo e melhorar as políticas de estímulo ao investimento, conforme já opinou o economista Paulo Sandroni em entrevista a O Economista.
Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, também acredita que só o consumo não vai segurar a economia nacional: “Esses resultados ruins não serão salvos com políticas pontuais, como a desoneração do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos automóveis, que ajudou muito o resultado do terceiro trimestre, que esperamos ser de 0,9% na margem (comparação com o anterior)”, diz.
Para o ex-diretor do Banco Central, Carlos Thadeu de Freitas, hoje presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a solução é desindexar o salário mínimo e diminuir o custo unitário do trabalho no Brasil: “Esse custo é pressionado para cima pela política do salário mínimo, que todo ano tem um aumento real de valor”, opina. Polêmica, a proposta encontra resistência dos sindicatos.
O diretor do departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), José Ricardo Roriz Coelho, também acredita que a solução é o incentivo ao investimento. Segundo ele, se o atual modelo de crescimento não mudar “o mais rápido possível” para um modelo baseado em investimento, em 2013 vai ocorrer o mesmo que hoje. “O consumo cresce, mas quem captura o aumento do poder de compra do brasileiro são os produtos importados.”
Com informações do Estado de S. Paulo.
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Charles
26/11/2012 - 23:35:28