Depois de balanço incompleto, ações da Petrobras despencam na Bolsa
Depois de divulgar o balanço do terceiro semestre do ano passado, as ações da Petrobras chegaram a cair 12% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Mesmo com alta das ações no fechamento do pregão de terça-feira, 27, a desconfiança dos investidores surgiu pela falta do aval da auditoria no relatório e pela ausência da variável dos cálculos relacionados aos desvios e perdas em geral ocorridas na empresa.
As baixas contábeis referentes às denúncias de corrupção não foram oficialmente divulgadas no balanço, mas em comunicado, a presidente da estatal, Graça Foster, citou o cálculo de ativos superavaliados, que é equivalente a R$ 88,6 bilhões. Estes ativos representam os valores “a mais” encontrados em relação às transições de investimentos da empresa. Supostamente seria o valor que “sobrava” e era desembolsado nos contratos superfaturados e no pagamento de propinas, segundo investigação da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Porém, as quantias ficaram fora do relatório justamente porque, na reunião do Conselho, não se chegou ao consenso de quais fórmulas seriam empregadas no cálculo da variável, o que indica que, nesse montante, além das cifras relacionadas à corrupção, também estariam outras perdas operacionais consideradas comuns, como aumento de custos de matéria-prima, produtos vencidos e falhas em projetos.
A perda gigantesca ignorada no relatório oficial foi um dos principais fatores para que a empresa perdesse valor na bolsa. No dia anterior à reunião de balanço, a petrolífera tinha fechado o pregão com uma alta de 2,62% nas ações justamente pela expectativa do mesmo fechamento.
Com informações do El País Brasil e da Folha de São Paulo.
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