Defasagem no preço da gasolina quintuplica e pressiona Petrobrás
O caixa da Petrobrás está pressionado diante da recente alta da moeda norte-americana. Isso porque a disparada do dólar aumenta ainda mais a diferença de preço dos combustíveis no Brasil e no exterior, que chegou a quintuplicar em agosto. O litro da gasolina, por exemplo, custava R$ 0,08 em abril e, neste mês, está saindo por R$ 0,40. Isso significa que as refinarias brasileiras estão trabalhando com um preço de realização 22,9% inferior ao praticado no mercado internacional, segundo estudo da RC Consultores.
No caso do óleo diesel, a diferença entre o preço nas refinarias brasileiras e no exterior passou de R$ 0,09 em abril para R$ 0,46 em agosto: uma defasagem de 24,1%.
A preocupação da Petrobrás é piorar a alavancagem da estatal (dívida em relação ao patrimônio), que já supera os níveis estabelecidos pela empresa. A solução seria elevar o valor dos combustíveis na bomba, mas o governo reluta em tomar essa medida já que isso poderia piorar os índices de inflação: “Nenhum aumento de preços é bom”, afirmou o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão nesta terça-feira, 13.
Segundo a RC Consultores, a alta do dólar já invalidou os efeitos positivos, para o caixa da Petrobrás, do reajuste do preço dos combustíveis no início do ano, quando o governo autorizou um aumento de 6,6% no valor da gasolina.
O estudo ainda destaca que o aprofundamento da diferença de preços é causado, principalmente, pela desvalorização de 14,4% do real neste período (de abril a agosto), uma vez que o preço internacional dos itens registrou queda.
“Tal discrepância deteriora ainda mais o caixa dos produtores brasileiros, principalmente a Petrobrás que, além disso, ainda tem elevado endividamento em moeda estrangeira”, diz o relatório.
Com informações do Estado de S. Paulo.
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