O presidente do Senado Federal, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), (D)  recebe o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
Mesmo com o relatório afirmando que a crise entre governo e congresso foi decisiva para a mudança de viés, Eduardo Cunha nega qualquer relação. Foto: Jonas Pereira/Ag Senado

A mudança de perspectiva do Brasil pela Standard & Poor’s (S&P) na terça-feira, 28, pode ter sido positiva para o governo, que deve pressionar o Congresso para aceitar as medidas de ajuste fiscal. A decisão da agência de análise já era esperada por representantes do governo e especialistas desde que a meta fiscal foi revisada de 1,1% para 0,15% do PIB na semana passada.

Vale ressaltar que, apesar da mudança de perspectiva, a agência de classificação de risco ainda mantém o país com grau de investimento e de bom pagador, já que a nota permanece em BBB-. Para o Congresso, contudo, a mudança no viés deve servir de alerta.

Leia mais sobre o ajuste fiscal proposto pela equipe econômica do ministro Joaquim Levy.

De acordo com técnicos da S&P, por mais que a redução da meta fiscal de superávit tenha contribuído com a decisão da mudança na perspectiva, as incertezas políticas de aplicação ou não de medidas propostas pelo governo foram os fatores de maior peso. Depois da decisão, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, cancelou entrevista coletiva agendada para a terça-feira, mas, às 21h30, a pasta divulgou uma nota reafirmando o compromisso com o povo brasileiro e informando que novas medidas de caráter estrutural serão feitas.

Já o ministro Nelson Barbosa (Planejamento), se disse confiante de que, num futuro próximo, as medidas que já estão sendo tomadas pelo governo devem gerar resultados favoráveis para o país.

Apesar do relatório da agência de classificação de risco, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) afirmou que todas as medidas de ajuste fiscal foram aprovadas. “Não foi o Congresso que deprimiu a economia”, disse.

Mesmo não tendo vetado nenhuma medida provisória específica, a Câmara alterou medidas de ajuste, como as MPs 664 e 665, sobre mudanças em benefícios trabalhistas. Ambas as decisões diminuem os impactos previstos inicialmente pelo governo.

Com informações dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo.

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