Dados apontam franquias como alternativa à crise
Enquanto a crise vem minando as forças de muitas empresas, o mercado de franquias passa ao largo dessa realidade e se apresenta como uma alternativa de sucesso em meio à recessão. Dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF) mostram que o setor cresceu 8,3% no ano passado, com faturamento de R$ 139,5 bilhões, gerando 1,1 milhão de empregos diretos.
Um número que também cresceu foi o de unidades, com acréscimo de 10,1%, passando de 125.641 em 2014 para 138.343 no ano passado. Esse movimento acompanhou o aumento na quantidade de redes franqueadoras, que saltou de 2.942 para 3.073, registrando um incremento de 4,5%.
Outro dado que mostra a força das franquias em meio à crise vem do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo a entidade, de cada dez empresas que abrem no Brasil, oito fecham as portas antes de completar cinco anos de atividade. Enquanto isso, no caso do setor de franquias, de cada dez, 1,5 fecham.
Concentração das franquias
Apesar do crescimento do mercado, os dados mostram uma forte concentração de franquias em uma única região. Somente no Sudeste estão 57,1% do total de unidades. Em segundo está o Nordeste, com 15,3%, seguido de perto do Sul, que tem 14,9% de participação. O Centro-Oeste conta com 8,2% e no Norte estão apenas 4,6% das lojas.
Se olharmos a distribuição por estado, São Paulo concentra 36,2% das unidades. Esse número é quatro vezes maior que o segundo colocado, o Rio de Janeiro, que tem 11%. Na sequência, vem Minas Gerais (8%), Paraná (5,8%), Rio Grande do Sul (5,2%), Bahia (4,1%), Santa Catarina (3,9%), Pernambuco (3%), Goiás (2,8%), Distrito Federal (2,5%), Ceará (2,2%), Espírito Santo (1,8%) e Pará (1,8%).
A expectativa para 2016 é de mais crescimento para este mercado. Os dados da ABF apontam um incremente de 6 a 8% no faturamento das franquias. Enquanto isso, a quantidade de unidades deve crescer entre 8% e 10%. Já o número de marcas deve aumentar de 4% a 6% este ano.
Internacionalização das franquias
As marcas brasileiras de franquias estão presentes em 60 países, sete a mais que em 2014. A maior parte delas, 37, está nos Estados Unidos. O segundo país com maior presença é o Paraguai, com 25, seguido do Canadá, com 21. Mas a participação de mercado se estende aos outros quatro continentes.
Dos países com franquias presentes no Brasil, os Estados Unidos vem em primeiro, com 40% de participação. Em segundo, está Portugal, com 14%, e Argentina, que soma 9%. Depois, tem outros países, como Espanha, Inglaterra, Canadá e Itália.
Cuidados na abertura de uma franquia
Essa realidade e algumas outras vantagens acabam atraindo muitas pessoas para este mercado de franquias. No entanto, alguns cuidados são importantes no momento de fazer tal aposta. “Antes de investir o dinheiro numa determinada marca é preciso avaliar se o pretenso franqueado, de fato, tem perfil e tino comercial. Essa autoavaliação é essencial para o sucesso ou insucesso do negócio”, sugere Flavio Menezes, advogado especialista em franquias.
Em uma etapa seguinte, de acordo com Menezes, fazer uma pesquisa de mercado no qual se pretende atuar e escolher o segmento certo, baseando-se em conversas com outros franqueados e análises. “É recomendável que a franquia tenha, ao menos, cinco anos de operação e mais de 30 unidades. Um modelo de negócio já amadurecido e com resultados mensuráveis garante uma maior segurança para o franqueado”, desataca o advogado.
Um dos direitos do franqueado é de receber com, no mínimo, dez dias de antecedência da assinatura do contrato a Circular de Oferta de Franquia (COF), um documento usado pelo franqueador para fornecer todas as informações comerciais, financeiras e jurídicas da sua franquia para investidores interessados em adquirir e operar uma franquia de sua rede.
“Se a COF for entregue tardiamente, ou se for omissa acerca de algum dado exigido pela Lei de Franquia ou contiver alguma informação falsa, a justiça, uma vez acionada pelo franqueado lesado, poderá colocar fim ao contrato de franquia e ainda condenar o franqueador ao pagamento de todas as quantias que este, ou terceiros por estes indicados, houver recebido em decorrência do negócio, mais perdas e danos, tanto materiais quanto morais”, alerta o advogado.
De acordo com Menezes, o franqueador também tem o papel de analisar o perfil do candidato a franqueado que, geralmente, é novato no assunto e, uma vez aprovado o ingresso deste na rede, deve o franqueador respaldá-lo em todos os sentidos, da localização do ponto de venda à gestão administrativa e comercial, passando pelos processos de treinamento, atendimento, entre outras.
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