Créditos com recursos direcionados foram a grande proteção da economia na crise
A atuação dos bancos públicos na operacionalização de créditos com recursos direcionados “permitiu proteger a economia, de modo a não chegar às situações críticas de outros países”, afirmou na quarta-feira (20) o vice-presidente de Finanças da Caixa Econômica Federal (CEF), Márcio Percival, em audiência pública na Comissão Especial da Câmara dos Deputados que avalia os impactos da crise financeira mundial na economia doméstica.
Percival disse que o crédito é realmente o tema mais importante nas discussões sobre a crise financeira que afetou a economia real de todos os países, de setembro do ano passado para cá, uma vez que faltaram recursos para financiar a atividade produtiva em todos os setores. No Brasil, porém, os bancos públicos garantiram os recursos direcionados, principalmente para os setores habitacional e rural, enquanto os bancos privados se retraíram – ressaltou.
Ele lembrou que a economia brasileira dependia em grande parte dos investimentos externos, mas, como os investidores estrangeiros tiveram que retirar dinheiro do país para cobrir prejuízos nos países de origem, faltaram recursos para a economia em geral. A carência do mercado, porém, foi “irrigada”, segundo ele, com créditos para atividades específicas, com gestões do Banco do Brasil, Caixa e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além dos bancos regionais.
Segundo ele, esse é o caso da Caixa, que atua mais nos financiamentos habitacionais e já investiu mais de R$ 8 bilhões nos primeiros quatro meses deste ano, quase um terço da meta de R$ 27 bilhões fixada para 2009. Percival acredita que o dinheiro será todo usado, porque “a demanda por habitação é crescente”.
Agência Brasil / Stênio Ribeiro
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