Crédito X Poupar
Conseguir um empréstimo ou financiamento está cada vez mais fácil. As instituições financeiras e as lojas de varejo estão oferecendo crédito para aquisição dos móveis até a compra da própria casa.
A quantidade de ofertas para aquisição de bens duráveis é gigante, basta vermos as revistas de grande circulação e poderemos verificar que a maior parte é de propaganda de eletrônicos e lançamentos de imóveis.
Mas o consumidor pode perguntar o que tem em comum nestes dois tipos de produtos e qual a relação com as linhas de crédito?
Há uma igualdade enorme, pois as lojas e instituições financeiras conhecem o poder de consumo médio das pessoas e monitoram o desejo de consumir, passando então a oferecer formas de pagamentos para os objetos de desejo, do tamanho que se encaixem no bolso do consumidor.
Vamos buscar na memória as últimas aquisições que realizamos, compra do carro, geladeira, celular roupa, presente do dias das crianças, dos namorados ou da casa própria, certamente a grande maioria das pessoas fez esta compra adequando o valor da prestação ao salário.
Os consumidores mais atentos podem estar falando que é óbvio adequar a prestação da casa e do carro ao salário, pois os valores são altos e guardar todo o dinheiro é muito mais difícil ou quase impossível.
Diria que parte é verdade, mas quando falamos de compras de aparelhos de celular, roupas, ferro de passar e tantos outros produtos que os consumidores têm as mesmas práticas.
Quem não se lembra da propaganda “quer pagar quanto”, talvez isto explique o grande sucesso dos canais de vendas pela televisão.
Nas propagandas de venda de carro, dá-se a impressão de estar comprando uma casa, pois os prazos são bastante similares 72 e até 84 vezes sem entrada.
O perigo deste crédito facilitado é que nos dá a sensação no curto prazo de satisfação da conquista no médio e longo prazo temos todas as outras contas para pagar e o que compramos já passou da hora de ser trocado.
O consumidor em geral sempre terá que colocar o valor da prestação em seu orçamento, mas também deve fazer conta da diferença de valores entre as parcelas e os diferentes prazos, daí poderão chegar à conclusão que a diferença do valor das parcelas não é tão grande em prazos maiores, portanto sendo melhor ter prazos menores.
Uma alternativa muito mais econômica é poupar e certamente é a chave-mestra do sucesso financeiro. Sabemos como é importante termos algum recurso para os tempos difíceis e melhor ainda para poupar e investir. Gastar menos do que se ganha nos trás oportunidades e segurança para realizarmos nossos projetos pessoais.
Gastarmos antes, através do crédito amplamente oferecido nas lojas ao invés de pouparmos para depois gastar é um grande desafio, pois não estamos habituados ou até mesmo não sabemos.
Para mudar esse hábito é preciso começar a entender a diferença entre poupar, economizar e investir.
Economizar é gastarmos menos do que ganhamos e fazemos isso, normalmente, para manter nossas contas em ordem ou para os tempos difíceis.
Poupar é para realizarmos projetos, uma viagem, a casa própria, o carro entre tantos outros.
Investimento é para ganharmos dinheiro e aumentarmos nossas riquezas e que no futuro servirão para realizar outros sonhos ou um futuro mais tranqüilo.
Se você não se sente seguro para tomar estas decisões, pergunte a quem você conhece que tem estas habilidades, pois onde não há conselhos fracassam os projetos.
Escute e tire suas conclusões, pois também é ser sábio não dar ouvido a todas as palavras, desconfie de grandes resultados de investimentos feitos, ganho do passado não representa necessariamente ganhos no futuro.
Vale à pena fazer conta e se preparar para as aquisições futuras.
Por: Marco César de Oliveira : Economista – PUC/SP, MBA Gestão Empresarial – FIA/USP, palestrante, Professor na UNIFIEO, sócio da CORPORATE Management Consulting
Comentários
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Ana Paula
23/08/2010 - 08:56:07