Com alta dos preços e diminuição no volume de vendas de casas e apartamentos, corretores estão saindo da profissão e voltando às suas antigas ocupações.
Com alta dos preços e diminuição no volume de vendas de casas e apartamentos, corretores estão saindo da profissão e voltando às suas antigas ocupações.

Entre 2008 e 2011 o país viveu um boom imobiliário. O crédito cresceu, o volume de vendas disparou e os preços subiram acima dos níveis inflacionários e dos reajustes salariais de todas as categorias. Com os valores imobiliários crescendo mais do que os salários, muitos profissionais usaram a lógica e buscaram seus rendimentos na venda de casas e apartamentos. O sucesso foi certeiro: ainda que a partir de 2011 o ritmo de altas tenha diminuído, de 2008 a 2014 a média de elevação dos preços dos imóveis no país ultrapassou os 155%, segundo dados do Banco Central.

Mas agora o cenário começou a ficar preocupante. O tempo das vacas magras chegou e está afetando a vida nova que jovens recém-formados, advogados e servidores públicos tinham conquistado ao largar a carreira para viver da corretagem. De acordo com reportagem do jornal Correio Braziliense, os preços demasiadamente altos — pelo menos na capital federal — estão espantando os compradores que antes adquiriam um empreendimento inteiro poucas horas depois do lançamento. Sem clientes, as comissões minguaram e o rendimento dos corretores começou a cair.

Agora o movimento é de retirada. A competitividade na profissão começou a ficar acirrada, diz o jornal. O problema é que muitos profissionais contraíram dívidas altíssimas durante o período de bonança: carros importados, apartamentos novos, viagens internacionais. Sem poupar e hoje com uma renda menor, está sendo difícil pagar o que devem e, principalmente, manter o padrão de vida.

“Muitos gastaram tudo e, claro, se endividaram”, lembra o diretor-executivo da Libratta Finanças Pessoais, Rogério Olegário, à publicação. Essas dificuldades foram aparecendo na medida em que as cifras que atraíram as pessoas à corretagem foi encolhendo.

Mas o problema maior desse cenário não está somente na individualidade de cada corretor ou ex-corretor afetado com a diminuição do volume de vendas. Segundo especialistas, esse fenômeno pode ser o prenúncio de uma bolha imobiliária, já que os preços chegaram a níveis tão elevados que ninguém mais está disposto a pagar.

Com informações do Correio Braziliense.

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