Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central (BC) não esperam alteração na taxa básica de juros, Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para esta terça-feira (16) e a próxima quarta-feira. A informação é do boletim Focus, que traz a previsão de aumento da taxa básica somente em abril, com elevação do atual patamar de 8,75% ao ano para 9,25% ao ano.

Ao final de 2010, os analistas esperam que a Selic chegue a 11,25% ao ano. Para o fim de 2011, a projeção foi alterada de 11,23% para 11% ao ano.

A expectativa de elevação da Selic vem acompanhada de projeção de alta de inflação. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano subiu pela oitava vez consecutiva, passando de 4,99% para 5,03%, acima do centro da meta de inflação, de 4,5%. Essa meta tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, ou seja, o limite inferior é de 2,5% e o superior de 6,5%. Para 2011, também foi elevada a expectativa para o IPCA de 4,50% para 4,60%.

A meta de inflação é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, com base no IPCA. Cabe ao Banco Central persegui-la e, para isso, a instituição usa como instrumento a taxa básica de juros. Quando considera que a economia está aquecida e a trajetória de inflação é de alta, o Copom do BC aumenta os juros básicos.

O boletim Focus também traz projeções de outros índices de inflação. A estimativa para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) passou de 5,91% para 6,24%, neste ano. Para o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a expectativa passou de 5,88% para 6,38%. A projeção para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), neste ano, foi alterada de 5,40% para 5,41%. Para 2011, a estimativa para esses índices – IGP-DI, IGP-M e IPC-Fipe – permanece em 4,5%.

A previsão para os preços administrados permanece em 3,60%, em 2010, e em 4,50%, em 2011. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo, entre outros.

Kelly Oliveira / Agência Brasil

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