O aumento das despesas e a redução das receitas fizeram as contas do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) fechar setembro com o pior resultado para o mês desde 1997, quando o governo começou a divulgar a série histórica. Segundo números divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Tesouro Nacional, o déficit primário no mês passado somou R$ 7,632 bilhões.

No acumulado do ano, o superávit primário (economia de recursos para pagar os juros da dívida pública) soma R$ 16,373 bilhões, queda de 79,7% em relação aos R$ 80,984 bilhões registrados nos nove primeiros meses de 2008. O valor foi o menor registrado para o período de janeiro a setembro desde 1998, quando o superávit acumulado tinha sido de R$ 8,045 bilhões.

Os principais motivos para a redução do superávit primário no acumulado de 2009 foram o aumento nas despesas com a manutenção da máquina pública. Os gastos com custeio subiram 20,2% de janeiro a setembro. Impulsionadas pelos reajustes concedidos aos funcionalismo público e pelas reestruturações de carreiras, as despesas com pessoal cresceram 19,1% no mesmo intervalo, o que representa alta de R$ 17,5 bilhões.

Os gastos com investimentos, no entanto, cresceram em ritmo menor e apresentaram aumento de 12,7%. Por causa da queda na arrecadação provocada pela crise e das reduções de impostos decididas pelo governo para estimular a economia, as receitas líquidas diminuíram 1,6% de janeiro a setembro na comparação com os mesmos meses do ano passado.

Os gastos com programas do Projeto Piloto de Investimentos (PPI) somaram R$ 7,267 bilhões nos nove primeiros meses do ano, alta de 44% em relação a igual período de 2008. Compostas por investimentos em infraestrutura e saneamento básico considerados essenciais, as despesas com o PPI podem ser abatidas do superávit primário.

Agência Brasil / Wellton Máximo
Edição: João Carlos Rodrigues

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