Com um bom planejamento, o Carnaval pode ser uma festa lucrativa
Carnaval da Bahia em 2014. O estado, que comemora 30 anos de Axé, nesse ano, espera receber mais de 700 mil turistas.

O carnaval é na próxima terça-feira, 17, oficialmente, mas os blocos de rua e as chamadas “festas de pré-carnaval” já vêm acontecendo na maior parte do país. Em São Paulo, assim que começou fevereiro, alguns blocos já se formaram nas ruas. No Rio de Janeiro, os mais de 450 blocos registrados foram organizados em 587 desfiles que vem acontecendo desde o dia 17 de janeiro e vão até o dia 22 deste mês. Em Salvador, as bandinhas de fanfarra deram o pontapé inicial nas festividades na quarta-feira, 11 de fevereiro. Em Aracaju a frota de ônibus contará com um reforço de 41 veículos para fazer as linhas intermunicipais.

A época é uma das mais propícias para o turismo no país e a movimentação e preparação generalizadas fazem parte do calendário anual para o setor. Segundo levantamento do Ministério do Turismo, cerca de 6,8 milhões de turistas devem circular pelo Brasil entre os dias 13 e 18 de fevereiro. O total gerado para a economia deve alcançar R$ 6,6 bilhões, valor impulsionado principalmente pelo setor de serviços.

O estado de maior destaque é o Rio de Janeiro, que deve atrair 1,3 milhão de turistas durante as festividades. Em segundo e terceiro lugares estão os estados de São Paulo e Pernambuco, que devem trazer respectivamente 989 mil e 871 mil turistas, segundo as perspectivas do Ministério do Turismo. Para o tradicional carnaval da Bahia, que comemora 30 anos de Axé Music em 2015, estima-se que 707 mil turistas visitem o estado.

Fantasias para os desfiles principais do Rio e São Paulo podem chegar a 40 mil reais e custos com maquiagem podem alcançar R$ 2.500. Os ingressos para passar a madrugada nas arquibancadas assistindo ao desfile das Escolas de Samba têm um custo mínimo de R$ 90. Mesmo assim, no Rio de Janeiro, cerca de 80% dos ingressos foram vendidos nas primeiras duas horas. Nos camarotes especiais, as entradas para os desfiles das campeãs chegam a custar mais de R$ 3 mil.

Os aeroportos aguardam forte movimento principalmente para as cidades tradicionalmente conhecidas pelo carnaval. Segundo levantamento da Secretaria de Aviação Civil, o fluxo nos sete principais aeroportos do país deve ser 14% maior que em 2014. Cerca de 5,3 milhões de passageiros devem voar. As empresas aéreas nacionais devem oferecer 1.200 voos extras para atender a demanda no período.

Expectativa no comércio

Já o comércio, que normalmente se beneficia na época, espera uma baixa nas vendas para este ano. Em pesquisa feita em no mês passado, o Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro entrevistou por volta de 300 comerciários. A pesquisa concluiu que o carnaval de rua deve gerar um tímido aumento de 3% nas vendas até a quarta-feira de cinzas, 18. Já na Saara, maior shopping a céu aberto do estado, os dirigentes acreditam que a fraca atividade econômica aliada a obras da prefeitura do Rio chegaram a provocar diminuição de até 40% nas vendas. Para o carnaval, dirigentes apostam em promoções depois do número alto de reclamações dos consumidores em relação aos preços.

Crise hídrica afeta a economia no carnaval

Neste ano, porém, o que mais tem afetado o feriado é a crise hídrica em algumas cidades do país, principalmente na região Sudeste. Em São Paulo, a prefeitura de Araras, cidade com 112 mil habitantes, anunciou que não haverá desfiles de escolas ou blocos durante o carnaval 2015. A cidade passa por racionamento desde outubro do ano passado. As prefeituras das cidades paulistas de São Carlos e Itirapina também anunciaram medidas semelhantes, alegando falta de tempo hábil para a realização, tudo relacionado com a falta de água.

Retorno de investimento

O setor de serviços é o que mais se beneficia com o turismo durante as festas. Além da visita aos desfiles e aos blocos de rua, os turistas gastam em bares, restaurantes, festas e com hospedagem. Manufaturas especializadas na fabricação de fantasias têm sua época de ouro durante o ano.

Em 2014, o dinheiro deixado pelos turistas no Rio de Janeiro foi de cerca de R$ 2,2 bilhões, sendo que a cidade investiu cerca de R$ 35 milhões na festa. É a prova de que a maior festa do país pode gerar um bom retorno para as cidades e de que o investimento vale a pena, mas é importante ressaltar que, para ter uma boa folia, além do samba no pé, um bom planejamento se faz necessário.

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