CCR vence leilão da BR-163 com deságio de 52,7%
Segundo o diretor da CCR, Leonardo Viana, o pedágio deve começar a ser cobrado quando estiverem prontos 10% da obra de duplicação e melhorias, o que deve ocorrer em 18 meses.

A Companhia de Participações em Concessões (CCR) foi a vencedora do leilão da BR-163, no trecho que começa na divisa de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul, ao norte, e corta todo o estado, passando por 20 cidades até a divisa com o Paraná, totalizando 847,2 quilômetros. O grupo ofereceu proposta de pedágio de R$ 4,38, com deságio de 52,7%.

O vencedor terá 30 anos para explorar o trecho, gerando investimentos da ordem de R$ 5,69 bilhões. A empresa deve administrar a rodovia e investir em serviços de recuperação, manutenção, conservação e duplicação. Neste trecho serão instaladas nove praças de cobrança de pedágio. Até o quinto ano de concessão estão previstas a implantação de vias marginais em travessias urbanas, de interseções, passarelas, melhorias em acessos e contornos em cidades.

Seis grupos se inscreveram para o leilão e venceu aquele que fez a oferta com menor valor de pedágio, respeitando o teto de R$ 9,27 para a cobrança. O leilão faz parte do Programa de Investimento em Logística (PIL), lançado pelo governo em agosto do ano passado e que prevê a concessão de 9 lotes num total de 7,5 mil quilômetros de rodovias federais.

Segundo o diretor da CCR, Leonardo Viana, o pedágio deve começar a ser cobrado quando estiverem prontos 10% da obra de duplicação e melhorias, o que deve ocorrer em 18 meses. Viana disse que está otimista com as expectativas de exploração da rodovia, já que estudos feitos pelo grupo mostraram que a região está em constante crescimento. “Nossos estudos, em mais de três anos, mostraram a evolução do tráfego e o Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso do Sul, que cresce mais que o dobro do resto do país. É uma rodovia que tem potencial de crescimento muito grande, diferente de outras”.

O ministro dos Transportes, César Borges, disse que está muito satisfeito com o leilão, que atingiu a modicidade tarifária ao mesmo tempo em que terá praticamente toda a estrada duplicada. “Nessa rodovia, 60% do tráfego é de caminhões pesados. De 7 mil veículos por dia, 4,5 mil são caminhões, mostrando que ela é importante para levar a safra a custos menores”.

Borges espera que os próximos leilões tenham deságios tão bons quanto os que já foram obtidos nos últimos certames. No próximo dia 27, o governo leiloa o trecho da BR-040 que vai de Juiz de Fora (MG) a Brasília. “Não tenho dúvida de que essa rodovia tem uma grande atratividade. Está em uma região com volume médio de tráfego muito elevado, apesar de não ter tantos caminhões como a BR-163”.

Desde setembro, o governo já leiloou três trechos: da BR-050, entre Goiás e Minas Gerais; da BR-163, em Mato Grosso, e um lote com trechos das BRs-060/153/262, entre Brasília e Betim (MG). Nesses três, o deságio das propostas de pedágio vencedoras ficou em 42,38% a 52,03%, 42,13% com relação aos valores máximos fixados nos editais. A tarifa de pedágio ficou em R$ 4,534 (BR-050), R$ 2,638 (BR-163/MT) e R$ 2,851 (BRs-060/153/262), para cada 100 quilômetros rodados.

Flávia Albuquerque / Agência Brasil.
Edição: Graça Adjuto.

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