A participação dos cartões de débito e de crédito no consumo das famílias brasileiras cresceu 26,4% em 2012, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). Porém, o uso dessa modalidade de pagamento é restrito a pessoas com conta em banco, que representam apenas 52% da população, segundo o Banco Central (BC).

De olho neste mercado, as maiores administradoras de cartão lançaram, em 2011, o cartão pré-pago. Com ele, não é necessário ter uma conta em banco: o consumidor carrega o crédito antes do uso e, em seguida, pode realizar compras ou fazer saques, como um cartão de débito.

Embora essa modalidade assegure mais controle nas finanças, para o editor do blog O Economista, Professor Celso Ricardo Salazar Valentim, sem planejamento, os transtornos financeiros podem continuar existindo: “Claro que, para os consumidores indisciplinados, um cartão pré-pago serve como moderador de gastos, pois só será possível consumir quando houver recursos disponíveis. É necessário, porém, comparar e avaliar se as taxas não oneram as operações e, nos casos em que todo o crédito não é consumido, se não é mais interessante deixar o dinheiro aplicado numa poupança, por exemplo”, sugere.

Mas o cartão pré-pago traz outras vantagens, principalmente em viagens: “Ter em mãos todo o valor desejado em dinheiro pode ser arriscado, pois há chances de imprevistos como perda ou roubo. Muito mais prático que o cheque de viagem (traveller check), que precisa ser trocado por dinheiro em bancos ou em casas de câmbio, com o cartão pré-pago o usuário tem a comodidade de sacar dinheiro em terminais de autoatendimento ou pagar suas compras diretamente nos estabelecimentos comerciais”, exemplifica Valentim.

O cartão pré-pago ainda é indicado para quem apresenta alguma restrição de crédito, ou não tem como comprovar renda; como cartão mesada para os filhos; para transferência de valores para pessoas da família ou para profissionais que executam pequenos serviços; como cartão internacional para compras on-line. Além disso, nas transações internacionais, há a incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na modalidade do cartão de crédito, tributo não atrelado aos cartões pré-pagos.

As tarifas e os custos para contratação do serviço variam de acordo com a instituição financeira que o fornece. Em geral, cobra-se uma taxa de adesão, de recarga de crédito, de saque e de emissão de segunda via, além de mensalidade.

Apesar das vantagens, o cartão pré-pago não permite parcelamento das compras sem juros, como os cartões de crédito, e não há flexibilidade nos prazos de pagamento, já que ele é antecipado.

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