Caixa Econômica Federal registra lucro de R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre
O lucro do primeiro semestre da Caixa Econômica Federal não teve o mesmo desempenho que o dos seis primeiros meses de 2008, mas os números indicam, mês a mês, que houve uma reação pós-crise.
A Caixa divulgou ontem (17) seu balanço e informou que o lucro do primeiro semestre foi de R$ 1,2 bilhão, 54% menor do que o lucro verificado no primeiro semestre de 2008, que foi de R$ 2,5 bilhões.
Segundo os dados, a situação da Caixa em termos de ativos ficou melhor no primeiro semestre, tendo atingido R$ 323,7 bilhões, 22,4% a mais do que os ativos totais do primeiro semestre do ano passado.
A reação pôde ser observada do primeiro para o segundo trimestre deste ano. No segundo trimestre, por exemplo, foi registrada alta de 56,2%, com lucro de R$ 706 milhões diante dos R$ 452 milhões obtidos no primeiro trimestre de 2009. Nos últimos 12 meses – período que vai de junho 2008 a junho 2009 – a oferta de crédito aumentou 56,1%, enquanto o mercado registrou crescimento de 19,7%.
O patrimônio líquido do banco chegou a R$ 13,5 bilhões, 8,2% maior do que o dos seis primeiros meses de 2008. A Caixa administrou, ainda, R$ 371,2 bilhões oriundos de fundos de investimentos, Fundo de Garantia por tempo de Serviço (FGTS), Programa de Integração Social (PIS) e outros fundos, o que levou o banco a R$ 649,9 bilhões em ativos administrados.
Com relação ao crédito, a carteira da Caixa atingiu os R$ 99,2 bilhões ofertados no primeiro semestre de 2009, 56,1% a mais do que no mesmo período de 2008. As operações para pessoas jurídicas cresceram 48,2%, totalizando R$ 21,7 bilhões.
O crédito para pessoa física atingiu R$ 20,8 bilhões, 34,6% a mais do que no primeiro semestre de 2008. A carteira comercial atingiu um saldo de R$ 34,2 bilhões, com um aumento de 68,1% diante do primeiro semestre de 2008. A inadimplência com atraso superior a 90 dias caiu de 4,5% para 3,9%.
Os dados indicam, também, que, no primeiro semestre de 2009, a Caixa reduziu as taxas de juros seis vezes no crédito para pessoa física e jurídica. Nesse período, as contratações de crédito cresceram 41,2% com relação ao mesmo período do ano anterior, chegando a R$ 42,5 bilhões.
Segundo o vice-presidente de Controle e Risco da Caixa, Marcos Vasconcelos, ainda há espaço para baixar os juros. “Temos ainda melhorias operacionais que podem ser alcançadas, a economia está retomando seu crescimento e, com isso, os índices de inadimplência tendem a cair e nós observamos isso e repassamos esses ganhos em produtividade.”
Vasconcelos explicou que o lucro menor do semestre, em relação ao primeiro de 2008, é decorrente do impacto da necessidade de provisões por conta de ações trabalhistas, benefícios pós-emprego para os funcionários (aposentadoria), além das provisões para os planos econômicos. “Esses números não preocupam porque não são recorrentes. O que observamos é a expansão das nossas receitas com crédito acima das despesas que temos e isso nos garante a sustentabilidade das operações da Caixa.”
Os financiamentos para habitação, no primeiro semestre, totalizaram R$ 17,4 bilhões, com aumento de 90% em relação ao mesmo período do ano passado, correspondendo a 351 mil unidades habitacionais financiadas.
Segundo a Caixa, a expectativa é emprestar mais de R$ 39 bilhões até o final do ano. O vice-presidente do banco, Jorge Hereda, disse que a Caixa sempre teve os melhores juros e condições no financiamentos da casa própria. “Isso em um momento de crise foi muito importante, mas é prática da casa e ela vai continuar fazendo isso.”
Flávia Albuquerque – Agência Brasil
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