Apesar dos estoques terem se mantido estáveis e adequados ao planejado, a produção e a utilização da capacidade instalada (UCI) da indústria caíram em março em relação ao mês anterior, informa a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada nesta quarta-feira, 23, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O indicador da evolução da produção registrou 48,8 pontos e a UCI efetiva em relação à usual nos meses de março ficou em 42,9 pontos. Os indicadores variam de zero a 100. Valores abaixo de 50 indicam queda de produção e UCI abaixo do usual. Houve recuo, também, no número de empregados, cujo indicador situou-se em 48,6 pontos, inferior, portanto, à linha divisória dos 50 pontos. A pesquisa da CNI assinala que influenciou nestes resultados o menor número de dias trabalhados em março, devido ao carnaval.

Trimestralmente, a Sondagem Industrial indaga do empresário sobre suas condições financeiras.  De janeiro a março deste ano, tanto a margem de lucro operacional quanto a situação financeira foram avaliadas como insatisfatórias, com 42 pontos e 47,2 pontos, respectivamente, os índices mais baixos desde 2009. Atingiu igualmente o pior nível desde 2009 a dificuldade de acesso ao crédito, com 39,2 pontos, “substancialmente abaixo”, pontua a Sondagem, da linha divisória dos 50 pontos (valores maiores do que 50 representam satisfação com margem de lucro operacional e a situação financeira, facilidade no acesso ao crédito ou aumento no preço médio das matérias-primas).

As expectativas do empresariado da indústria para os próximos seis meses sobre a demanda revelaram-se positivas em abril, com 56,4 pontos. A expectativa para a quantidade exportada atingiu o índice de 50,4 pontos, praticamente sobre a linha divisória. São perspectivas menores em relação às percepções de março, que foram de 57,9 pontos e 53,1 pontos, respectivamente.

A CNI destaca que para mudar o quadro de insatisfação e de queda das expectativas do empresariado da indústria, é preciso recuperar sua confiança. “Parte da falta de confiança tem sua raiz na incerteza quanto à execução – ou não – de medidas eficazes que revertam o quadro de baixa competitividade. Na medida em que os avanços nessa agenda são adiados ou limitados, tornam-se cada vez mais difíceis a retomada do investimento e a recuperação da indústria”, enfatiza a Sondagem Industrial.

A pesquisa foi realizada entre 1º e 10 de abril com 1.858 empresas, das quais 724 de pequeno porte, 691 médias e 443 grandes.

Assessoria de Imprensa CNI.