O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, 6, durante audiência pública realizada em Brasília, a fusão entre a Azul Linhas Aéreas Brasileiras e a Trip Linhas Aéreas por unanimidade. Com a decisão favorável à união das duas companhias, as empresas poderão realizar a completa integração de suas operações, unindo suas frotas, malhas aéreas e estruturas organizacionais sob uma só marca, a qual já foi definida e se chamará Azul.

Ao aprovar a fusão, o Cade estabeleceu que o acordo de code-share (compartilhamento de voos) firmado entre a Trip e a TAM deverá ser gradativamente extinto e só poderá continuar em vigor dentro de um prazo máximo de dois anos. Além disso, a companhia terá que manter a meta de eficiência em utilizar mais de 85% de slots no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

“Estamos trabalhando para tornar nossa malha aérea ainda mais robusta e abrangente, incrementando novos voos, rotas e frequências em todas as capitais e regiões do país”, afirmou David Neeleman, fundador e presidente executivo da Azul.

As companhias anunciaram a intenção de se associar em 28 de maio de 2012 e, desde então, aguardavam a decisão do Cade para concretizar o negócio, que resultará na terceira maior companhia aérea do país. Segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em janeiro, juntas as companhias detém uma fatia de 16,4% do mercado doméstico e são responsáveis por 29,7% de todas as decolagens em território nacional.

Com a aprovação do Cade, a unificação das áreas técnicas e de operações é o próximo grande passo, o qual passará pelo crivo da Anac, órgão que regula o setor aéreo no Brasil.

No ano passado, outra fusão continua a gerar ações na justiça. A Gol se fundiu à WebJet e demitiu cerca de 850 funcionários da companhia incorporada. Em dezembro, a Justiça do Trabalho exigiu a readmissão dos empregados, mas a empresa decidiu desligá-los novamente neste mês após ter esgotado “todas as tentativas” de negociações, segundo a Gol.