Pelo menos metade dos brasileiros vai gastar menos que no ano passado em compras de Natal. Apesar de afirmarem ter uma condição financeira melhor e acreditarem que o cenário econômico do país é mais estável, o valor dos presentes de final de ano deve ficar entre R$ 10 e R$ 30, em média. Ano passado, a média era de R$ 50 a R$ 99. Além disso, 39% dos brasileiros devem usar o 13º para pagar dívidas (principalmente das classes C, D e E) e outros 25% (com predominância das classes A e B) vão usar o salário extra para poupança.

Os dados fazem parte da Pesquisa de Natal 2012 – Intenções e expectativas do consumidor brasileiro, realizada pela Deloitte, multinacional que presta serviços de auditoria e consultoria. As respostas foram coletadas durante o mês de novembro em todas as regiões do Brasil.

Apesar da pretensão de gastar menos com presentes, a quantidade não será afetada. De acordo com a pesquisa, a intenção média de compra é de cinco itens por consumidor. Cônjuges e filhos são os que devem receber os presentes mais caros.

O estudo detectou ainda uma importante mudança de hábito: 55% das pessoas pesquisarão mais antes de efetuar suas compras. “Este é um sinal de que [o brasileiro] vêm amadurecendo na forma de gastar e pensando mais em longo prazo. Querem também economizar e estão mudando os tipos de gastos e buscando mais informações sobre os produtos e lojas”, avalia Reynaldo Saad, sócio-líder para o atendimento às empresas do setor varejista da Deloitte.

Outra mudança de comportamento é com relação ao local da compra. Cerca de 70% dos entrevistados pretendem complementar as compras de Natal através da internet: 66% deles comprarão via sites de lojas de departamento e 39% por sites de compra coletiva. Jovens entre 18 e 29 anos são os que mais pretendem fazer compras online: 55% contra 46% na faixa de 45 a 60 anos.

Apesar disso, as lojas físicas continuam sendo o destino principal de quem quer garantir o presente de final de ano.

Além de pesquisar mais e de planejar gastos reduzidos para este Natal, o brasileiro está diversificando o uso do dinheiro. Segundo o levantamento da Deloitte, mesmo priorizando os presentes e as ceias (68% e 65% da amostra, respectivamente), os consumidores têm a intenção de investir o dinheiro também em melhorias ou reparações na moradia (55%). A faixa etária de 18 a 29 anos é que mais deve priorizar esses reparos (60%). Viagens e passeios aparecem como objetivo de 47% dos entrevistados. Os idosos somam 57% dos que mais gastarão com viagens.