Apesar de todo o trabalho de fiscalização, o trabalho escravo ainda é uma realidade bem presente no Brasil. Em 2015, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), 1.010 pessoas foram retiradas de condições análogas à escravidão. O problema foi detectado em 90 dos 257 estabelecimentos fiscalizados.

A fiscalização foi feita por meio de 140 operações realizadas pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel e por auditores fiscais do trabalho. A maioria das vítimas de trabalho escravo no Brasil foi localizada em áreas urbanas, que concentraram 61% dos casos (607 trabalhadores em 85 ações). Nas 55 operações realizadas na área rural, 403 pessoas foram identificadas.

Em 20 anos de fiscalização, quase 50 mil trabalhadores foram resgatados de situações análogas ao trabalho escravo. Em 2014, foram resgatados 1.674 trabalhadores; e em 2013, 2.808. O ano em que o maior número de pessoas foram resgatadas foi 2007, com 5.999 resgates em 116 operações.

Como resultado das operações de 2015, a fiscalização emitiu 2.748 autos de infração, com pagamento de R$ 3,1 milhões em indenização para os trabalhadores. Além da emissão de 694 guias para recebimento do Seguro-desemprego e 171 Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Os dados revelam que doze trabalhadores resgatados de trabalho escravo em 2015 tinham idade inferior aos 16 anos e que outros 28 tinham idade entre 16 e 18 anos, atuando em atividades da Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil (TIP). Do total de trabalhadores alcançados, 65 deles eram imigrantes de diversas nacionalidades, entre bolivianos, chineses, peruanos e haitianos.

A atividade que concentrou o maior número de trabalhadores foi a de extração de minérios, com 31,05% do total. Foram encontradas 313 vítimas trabalhando na extração e britamento de pedras, extração de minério de ferro e extração de minérios de metais preciosos.

O ramo da construção civil representa 18,55% do total (187 trabalhadores localizados). A agricultura e a pecuária, atividades com histórico de resgate, aparecem em seguida, com 15,18% e 14,29% do número de trabalhadores identificados em condições análogas a de escravo.

O Estado de Minas Gerais liderou o número de trabalhadores resgatados, com 432 vítimas (43%). Em seguida estão o Maranhão com 107 resgates (11%), Rio de Janeiro com 87 (9%), Ceará com 70 resgates (7%) e São Paulo com 66 vítimas (6%).

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