Brasil precisa elevar investimento para crescer sem inflação, diz presidente do BNDES
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse que a taxa de investimentos na economia brasileira deverá se manter em 19% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. Segundo ele, esse percentual, que é o mesmo de 2008, ainda não é o suficiente para garantir um “crescimento saudável” da economia.
“Se o Brasil quiser continuar tendo um crescimento saudável, sem pressões inflacionárias, deve elevar a taxa de investimento para 22%, 23% do PIB. Aí podemos garantir um crescimento de 5% ou 6% ao ano sem pressão inflacionária”, afirmou o presidente do BNDES. Coutinho previu ainda que o Brasil deverá crescer em média 4% ao ano até 2012.
De acordo com ele, o país está saindo da crise financeira iniciada no ano passado. Mesmo que cresça pouco em 2009, acrescentou Coutinho, esse percentual deverá ser compensado por taxas mais altas nos próximos anos, de modo a garantir essa média. Nesse ponto, segundo o presidente do BNDES, as empresas públicas, como a Petrobras, vão ter papel decisivo.
O petróleo inclusive, de acordo com Coutinho, é um dos setores que não foi afetado pela crise e que deverá puxar o retorno do crescimento econômico. Além de petróleo e gás, as áreas de energia, habitação e saneamento também estarão à frente dos investimentos, porque dependem de decisões autônomas do governo brasileiro.
“Num segundo momento, esperamos que o agronegócio também comece a retomar com mais firmeza em função da melhora de preços. E, em seguida, esperamos que a partir do fim do ano, especialmente nos próximos dois ou três anos, o investimento privado voltado para a indústria e serviços retome seu vigor”, afirmou.
O presidente do BNDES disse também que espera que a linha de crédito de R$ 3 bilhões, autorizada pelo Congresso e que já está sendo operada pelo sistema bancário para oferecer capital de giro a construtoras que tenham contrato com obras do PAC, “funcione bem”.
Segundo ele, o BNDES tem R$ 15 bilhões disponíveis para financiar capital de giro, mas o ideal é que o sistema bancário retome o papel de fazer esses empréstimos, já que a instituição é um “banco para financiamento produtivo”.
Mariana Jungmann – Agência Brasil
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