Brasil negocia para ficar com a primeira presidência do banco do Brics
Autoridades dos países membros do Brics – grupo de emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – se reúnem nesta terça-feira para definir detalhes da criação do New Development Bank (Novo Banco de Desenvolvimento), instituição que será gerida pelos cinco países com o objetivo de financiar projetos de infraestrutura.
Embora algumas coisas já estejam definidas – como o nome do banco e os tipos de projeto que ele irá financiar –, outras ainda precisam ser decididas. A principal é a presidência da instituição, que o Brasil faz questão de assumir logo de início. Isso porque algumas diretrizes importantes serão tomadas na primeira gestão. Políticas, processos de funcionamento e concessão de empréstimos, quais países devem receber os recursos além dos membros do grupo, a entrada de novos acionistas e como isso será feito devem ser temas da primeira equipe administrativa da estrutura.
Como forma de conseguir a colaboração necessária para conquistar a presidência, o Brasil está apoiando a China quanto ao local para sediar o banco. Dessa maneira, Xangai receberia a instituição e o Brasil a presidiria, junto com um conselho de acionistas (os países doadores), pelo qual passariam todas as decisões. Até a noite de segunda-feira, o cenário favorecia a estruturação da entidade dessa maneira.
A ideia de presidir o banco pela primeira vez ajuda o Brasil a reforçar sua influência sobre países africanos e asiáticos, além de servir como uma demonstração de prestígio. A possibilidade de negociar em várias frentes sem entrar em conflito com nenhuma das partes também é uma vantagem buscada pelo Brasil com o comando da instituição. Daqui a cinco anos, um novo presidente deverá assumir o posto, permitindo uma rotatividade no cargo.
O banco do Brics tem a intenção de proporcionar um novo modelo de empréstimo, sem interferir em reformas econômicas ou reestruturações políticas. O objetivo é apoiar iniciativas em infraestrutura com foco no desenvolvimento sustentável, de modo a ajudar principalmente os emergentes a aumentarem sua competitividade no mundo.
Na segunda-feira, empresários dos países emergentes entregaram uma proposta que pode ajudar ainda mais nesse processo de desenvolvimento. A intenção é que seja permitida a troca direta de moeda entre países membros, sem a necessidade de converter antes em dólar. Dessa maneira, as transações entre os cinco países ficariam mais facilitadas e teriam custos reduzidos.
Para que tudo isso ocorra e o banco enfim seja criado, é necessário, antes de qualquer nova determinação, o aval para a criação do banco pelos Congressos de todos os países membros. Este é o tempo de demora para que a instituição tome forma e passe a atuar.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.
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