Brasil está perdendo por não investir no turismo, diz diretor da Accor
Apesar de famoso internacionalmente pelo carnaval, o samba, a alegria, o futebol e as belezas naturais, o Brasil não tem um turismo forte e não está sabendo aproveitar as oportunidades atuais – como a Copa e as Olimpíadas de 2016 – para atrair mais visitantes ao país. Em entrevista à revista Exame, o diretor da rede hoteleira Accor, Roland Bonadona, disse que o Ministério do Turismo é uma pasta que não recebe a devida atenção das autoridades brasileiras e nem o governo a julga importante, o que prejudica os ganhos que o país poderia ter com o turismo.
Bonadona é francês e vive há 20 anos no Brasil. Dirige, há quase uma década, a Accor no país. Desde 2013, acumula também a direção da rede para as Américas. A Copa e as Olimpíadas, diz, seriam oportunidades únicas para atrair estrangeiros, mas essas chances não estão sendo aproveitadas. “Estamos a 10 horas de voo das principais fontes de turistas do mundo, que são a América do Norte, a Europa e a Ásia. Há muitos países disputando a atenção dos turistas”, pontua.
Por isso, diz ele, é preciso uma administração mais técnica na Embratur e no Ministério do Turismo, responsáveis pela promoção do país no exterior. Acreditar que o Brasil se vende sozinho não é suficiente, pensa o executivo. Para os próximos grandes eventos internacionais que serão sediados no Brasil, Bonadona avalia que não foi feito o necessário da parte do governo para movimentar o setor. “A estratégia foi mal definida (…). O governo estava mais preocupado em controlar o preço de hotéis e de passagens aéreas”, criticou.
Alguma coisa foi realizada, no entanto. Da parte pública, aeroportos foram reformados e ampliados, ainda que, para Bonadona, estejam “longe do ideal”. Da parte privada, foram construídos hotéis para modernizar o parque hoteleiro do país. Mas para que os investimentos compensem, seria preciso fazer mais, acredita.
Faltando algumas semanas para a Copa, Bonadona vê no marketing digital uma estratégia fácil para tentar recuperar o tempo perdido. “O objetivo deveria ser ampliar a permanência dos turistas que vão a uma cidade-sede para assistir a um jogo. Estimulá-los a chegar antes e a voltar depois”, sugere. “Não podemos dizer que perdemos tudo, que gastamos uma fortuna e não seremos recompensados. Seremos, mas poderíamos ser muito mais”.
Com informações do portal Exame.com.
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