Segundo o economista, venda de imóveis está em queda, o que indica sinal amarelo para o mercado.

O Brasil não está livre do risco de ter uma bolha imobiliária e de sofrer prejuízos com este cenário, segundo o professor e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Adolfo Sachsida. Para ele, a única diferença do que ocorreu nos Estados Unidos é que as consequências da explosão dessa bolha foram bem maiores do que seriam aqui. “O fato de os juros serem menores aqui significa que os estragos de uma futura bolha serão menores, mas não exclui a possibilidade de ocorrer este fenômeno no atual cenário que o Brasil está”, diz.

A afirmação do economista veio depois da elaboração de um estudo para o Ipea, feito junto ao pesquisador Mário Mendonça, onde se levanta uma possibilidade concreta da existência de uma bolha no mercado imobiliário brasileiro.

De acordo com Sachsida, o Brasil está próximo a uma catástrofe imobiliária, porque os estímulos do governo com a expansão do crédito estão errados e isso está levando a um aumento desenfreado no preço dos imóveis nas capitais pesquisadas: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Fortaleza, Brasília e Recife. Em alguns casos, o preço do imóvel chegou a subir, em média, 150% em três anos.

Outro problema da grande oferta de crédito é a situação das taxas de juros no Brasil e no exterior. Sachsida diz que os juros nos EUA e na Europa nunca foram tão baixos, mas essa situação não deve durar por muito tempo. Quando as taxas subirem lá fora, o Brasil será obrigado a elevar os juros cobrados aqui, prejudicando quem pegou empréstimos pós-fixados para garantir o imóvel, que, segundo ele, é a “esmagadora maioria”.

A solução, para Sachsida, é que o governo reduza os impostos para que o poder de compra do brasileiro aumente e ele não precise recorrer tanto ao crédito: “Quando o governo joga um rio de crédito, a demanda vai para cima e como a oferta de imóveis não a acompanha, o resultado é a elevação dos preços”. Mas de acordo com ele, a culpa não é das construtoras, pois elas só estão respondendo aos estímulos do mercado.

Com informações do portal InfoMoney.

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