Brasil é um dos que mais investe em saúde e educação, diz pesquisa
Uma das contrariedades de quem está protestando contra a Copa são os investimentos alocados para o Mundial de Futebol em detrimento à saúde e educação, setores avaliados pelos próprios brasileiros como precários. Mas o que não falta no Brasil é atenção a estas áreas. Segundo a pesquisa World Competitiveness Yearbook 2014, do International Institute for Management Development (IMD), entre 60 países, o Brasil é o 23º que mais investe em saúde e o 27º que mais destina recursos para a educação.
Só em educação, o Brasil aplica mais dinheiro que a média das nações pesquisadas. E nessa lista têm economias de diversos tamanhos, como Estados Unidos, Canadá e Alemanha. De 2010 para cá, o Brasil investiu R$ 825 bilhões nestas duas áreas, segundo informações do próprio governo.
Mas se tem tanto dinheiro envolvido, por que as pessoas acham que está tudo tão ruim? O professor de Inovação e Competitividade, Carlos Arruda, da Fundação Dom Cabral, que coleta os dados do Brasil para a pesquisa global, explica: “Nosso problema não é recurso. É qualidade”.
De acordo com a pesquisa, embora o Brasil tenha uma boa posição no ranking mundial de investimento em educação e destine bastante dinheiro para a área, o país figura no 46º lugar na avaliação de línguas estrangeiras e a 49ª posição no teste PISA, que avalia a eficiência em leitura, a habilidade de resolver questões simples de matemática e os conhecimentos básicos em ciências em adolescentes de 15 anos.
Além disso, segundo avaliação da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil só é melhor em leitura que o Peru. “Nós estamos fazendo muitos investimentos, mas da maneira mais ineficiente possível”, acredita o professor Arruda.
Na saúde a realidade não é diferente. O 23º lugar entre os maiores investidores nesta área não é compatível com a 59ª posição – a penúltima – em infraestrutura da saúde. “Se você falar: qual a agenda que o governo deveria trabalhar? A eficiência. Produtividade pública em vários setores”, argumenta Arruda.
A pesquisa foi divulgada na quinta-feira, 22, e apresentada em coletiva para a imprensa na ExpoGestão 2014, um dos maiores eventos empresariais do Brasil, em Joinville (SC). A entrevista completa com o professor Carlos Arruda você confere num especial que será publicado neste domingo, 01, aqui em O Economista.
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