Brasil deve superar fase neoliberal para retomar o caminho do crescimento com desenvolvimento
O presidente do Conselho Regional de Economia do Estado do Rio de Janeiro (Corecon/RJ), Paulo Passarinho, defendeu hoje (13) a superação pelo Brasil da experiência neoliberal, para retomar o caminho do crescimento com desenvolvimento. “Um país em vias de desenvolvimento não pode apostar meramente nos mecanismos de mercado para buscar posições semelhantes às que os países já desenvolvidos obtiveram”, afirmou ele.
Paulo Passarinho quer uma atuação protecionista do Estado brasileiro, a exemplo do que ocorreu na Inglaterra, na Revolução Industrial, para poder se defender de condições que, nem sempre, são as mais adequadas para o desenvolvimento de cada país.
Lembrou, também, a importância do papel do estado nas experiências recentes da China e da Índia, que vão apresentar, mesmo após a crise internacional, resultados significativos em termos de crescimento econômico. “E tudo porque o papel do controle do Estado e da proteção dada pelo Estado sobre essas economias atenuou os efeitos da crise global em seus respectivos países. São lições importantes que o Brasil deve ter”.
Segundo Passarinho, o conjunto de reformas “liberais” adotadas pelo Brasil a partir de 1990 acabou fragilizando as instituições nacionais. “A dinâmica do desenvolvimento hoje está muito ditada de fora para dentro porque é, principalmente, fruto das decisões das transacionais. E predominantemente, o nosso parque produtivo é controlado por transnacionais estrangeiras”.
O economista recomendou uma mudança de posição, com o Estado assumindo um papel de proteção maior à indústria nacional. Analisou que, com o modelo em vigor , o país é mais um montador de peças importadas do que um grande produtor industrial.
A reversão desse quadro exige uma estratégias adequadas para organizar a indústria e à área agrícola. “O Brasil precisa de verdadeiras transformações estruturais na sua política industrial, no seu modelo agrícola que, hoje, é baseado fundamentalmente no interesse do agronegócio, monoculturas na verdade”, disse Passarinho.
Alana Gandra – Agência Brasil
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