Bovespa fecha em queda de 2,89% e quase anula ganhos de 2008
A Bovespa anulou a forte alta de quarta-feira e ficou à beira de zerar os ganhos acumulados neste ano. Num momento de volatilidade e maior aversão ao risco, os investidores liquidaram os papéis que subiram bem na quarta-feira para embolsar ganhos quinta-feira.
O Ibovespa, termômetro dos negócios, desvalorizou 2,89% no fechamento, para os 63.946 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,66 bilhões. No mês, a Bolsa soma perdas de 11,91%, mas ainda registra um leve ganho no ano: 0,09%.
” Foi uma realização técnica [venda de ações valorizadas], de curto prazo. O mercado está muito instável e, quando as ações sobem um pouco, todo mundo já aproveita para vender e colocar no bolso”, avalia André Segadilha, gerente de análise da Prosper Corretora.
O dólar comercial foi vendido por R$ 1,602, o que representa uma alta de 0,62%. A taxa de risco-país marca 219 pontos, número 4,78% superior à pontuação final de quarta.
Na Europa, as principais Bolsas de Valores fecharam em terreno negativo, a exemplo de Londres (baixa de 2,42%) e Frankfurt (recuo de 2,39%). Nos EUA, a Bolsa de Nova York recuou 3,03%, uma variação vista poucas vezes em Wall Street. O mercado americano foi afetado por mais um “downgrade” de empresas do setor financeiro: o banco de investimentos Goldman Sachs rebaixou sua recomendação para grandes corretoras de valores americanas, citando a perspectiva de que a retomada do setor financeiro, afetada pela crise dos “subprime”, “vai levar mais tempo que o previsto”.
Analistas ressaltam que o investidor tem razões de sobra para ficar nervoso: ainda há muito pessimismo sobre os rumos da economia americana, com o acúmulo de notícias negativas sobre o setor financeiro; o barril de petróleo ruma para a casa dos US$ 140, o que puxa a inflação em nível global. Analistas já temem um aperto monetário (juros básicos mais elevados) em vários países, inclusive nos EUA, o que é sempre desfavorável, em tese, para o mercado acionário.
Com informações da Folha Online
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