Apesar do panorama sombrio que assola a economia americana, há condições para manter o crescimento apesar da desaceleração global. Mesmo com uma eventual queda no ritmo americano. O pensamento é do presidente do BNDES e economista, Luciano Coutinho, que esteve em Joinville (SC), na última semana, e em palestra animadora motivou empreendedores e empresários. “O Brasil conta com um elevado nível de reservas, inflação sob controle e baixa, assim como pouco volátil e previsível”, destacou o executivo.

O Brasil vive um período firme de demanda doméstica. Dentre fatores indicativos de crescimento podemos citar o amplo mercado de crédito e captação em expansão, um setor privado investindo e crescimento de vagas com bons empregos. “Um fator importante é o nível de reservas”, afirmou Coutinho. De acordo com dados apresentados pelo presidente do BNDES, hoje elas estão em U$ 194 bi. Um maior nível das reservas, por exemplo, pode evitar choques inflacionários.

“O crédito ainda têm muito para crescer”, destaca o economista. Ele ainda exemplifica que o mercado de capitais indica um crescimento maduro da economia brasileira e comenta que um dos focos será debêntures de longo prazo, produto que será oferecido no lugar de leasing para grandes empresas.

A dívida bancária sobre o Patrimônio Líquido no Brasil demonstra que o investidor ou empresário ainda teme buscar capital em bancos ou instituições públicas. Os dados mais recentes indicam que em 2006 cerca de 43,7% entre as mil maiores estavam nesse perfil. “As empresas nacionais estão pouco alavancadas”. Coutinho comenta que esse panorama surgiu com uma economia desequilibrada e nisso o BNDES precisa ajudar.

O Banco é grande e único fomentador de capital. No volume de solicitações de crédito para formação de capital, o futuro nunca foi tão promissor. No período que compreende de 2003 até 2006 na Indústria, por exemplo, havia solicitações de R$ 249,4 milhões, enquanto que para o período entre 2008 e 2011 esse montante subiu para R$ 447 milhões, aumento de 12,4% a.a. O executivo deseja reforçar portos e aeroportos, mantendo os investimentos em infra-estrutura. Outro item de destaque é o aumento do uso do cartão do BNDES, que em 2008 deve atingir 750 milhões, número muito maior do que os 225 milhões de 2006.

Um dos principais estados citados por Coutinho é justamente SC, com cerca de 5% do desembolso do BNDES. Em 2007 o valor destinado ao Estado foi de R$ 3,3 bi e R$ 2,73 bi no ano anterior. “Gostaria de ver estados sempre crescendo, mas nem todos conseguem, como muitos no NE. SC é um exemplo usando cerca de 5% do desembolso do BNDES, maior do que sua participação no PIB nacional, por exemplo”. Santa Catarina recebe mais desembolsos do que a média de crescimento do PIB, uma analogia importante na análise conjuntural.

O Brasil, segundo Coutinho, possui uma demanda crescente de recursos e uma necessidade de apoio para investimentos em longo prazo. O BNDES é fundamental nessa construção social e precisa destinar recursos aos empreendimentos de infra-estrutura. “Sem investimento não há capacidade produtiva”. Coutinho enfatiza que espera uma inflação controlada e que estimule o crescimento. “Se o BNDES não financiar grandes projetos, o crescimento nacional fica comprometido”, finaliza.

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