Não foi dessa vez que a Black Friday brasileira conseguiu reverter a imagem negativa. E não foi só por causa do registro de falsas promoções, como em 2012: a edição desse ano teve até mais fraudes do que no ano passado. De acordo com pesquisa do Programa de Administração do Varejo (Provar), 21,5% dos 1.300 itens analisados pela internet tiveram aumento de 10,2% dos preços no dia da promoção. Em 2012, o reajuste médio foi de 5,7% em 5,1% dos itens pesquisados.

Fizeram parte da pesquisa produtos de diversas categorias: eletrodomésticos, eletrônicos, jogos, livros, artigos para a casa, em 11 sites que participaram da promoção. Todos os itens estavam sendo anunciados com preços ditos promocionais.

O trabalho do Provar ainda revela que 24,3% dos produtos não tiveram mudança de preços. Ano passado esse número chegava a 47,5%. E apesar da maioria dos artigos não estarem com valores promocionais, a quantidade de itens com preços reduzidos, neste ano, aumentou: o corte de preços alcançou 9,5% dos produtos, com uma redução média de 11% do custo. Em 2012, 2,8% dos itens eram de fato promocionais, com um desconto médio de 6,3%.

De acordo com o diretor de pesquisas do Provar e responsável pelo levantamento, Nuno Couto, duas conclusões podem ser tiradas do evento neste ano. A primeira é que houve um mix de promoções nas lojas on-line, que colocavam um produto com um preço bem baixo e compensava o desconto encarecendo outro, como fazem os supermercados. Outra análise é sobre o dia da promoção: 22,6% dos produtos tiveram redução após a Black Friday. “O consumidor que esperou para comprar depois do evento se deu bem”, afirma Couto. Para ele, isso é sinal de que o evento ficou aquém do esperado e era necessário desovar os estoques: “O comércio ficou com medo de carregar esses estoques até o Natal”.

A lição que fica da pesquisa, segundo o coordenador, é que é preciso acompanhar, pesquisar e comparar preços para fazer bons negócios, até nas promoções.

Com informações do Estado de S. Paulo.