Ainda há bastante espaço para mais redução das taxas de juros cobradas nas operações de crédito, na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco do Central (BC), Altamir Lopes.

Segundo dados do BC, divulgados hoje (28), em junho, a taxa geral (pessoas físicas e jurídicas) chegou a 36,7% ao ano, o menor patamar desde dezembro de 2007 (33,8% ao ano). Os juros anuais médios cobrados de pessoas físicas passaram de 47,3% em maio para 45,6% em junho deste ano, também o menor patamar desde dezembro de 2007 (43,9% ao ano). No caso das empresas (pessoas jurídicas), a taxa média caiu 1 ponto percentual, passando de 28,5% para 27,5% ao ano, de maio para junho de 2009.

Neste mês, os dados preliminares até o dia 16 mostram que a taxa de juros geral caiu para 36,2% ao ano. Para as pessoas físicas, está estável em relação à de junho e, para as empresas, caiu para 26,8% ao ano.

De acordo com Lopes, as reduções da taxa básica, a Selic, que serve de referência para os juros cobrados nos empréstimos, “ainda não se refletiram na sua intensidade total”. Neste ano, a Selic teve queda de 5 pontos percentuais e atualmente está em 8,75% ao ano.

Segundo Lopes, as instituições financeiras passaram por um período de redução do custo de captação dos recursos, mas elevaram o spread (diferença entre a taxa de captação e a cobrada dos clientes nos empréstimos). Esse aumento ocorreu em função da alta da inadimplência. “À medida que a inadimplência se resolve e apresenta tendência de queda, é natural que o spread continue a cair dando esse espaço para redução da taxa ao tomador final”, disse. Ele prevê que em três meses a inadimplência fique estável para as empresas e caia para as pessoas físicas.

De acordo com Lopes, com a crise financeira internacional, as empresas tiveram dificuldades de refinanciar os empréstimos. Com isso, aumentou a inadimplência. Entretanto, segundo ele, com a retomada do crédito, a tendência é que a inadimplência caia. Uma indicação de que haverá inadimplência menor para as empresas é a redução dos atrasos de 15 a 90 dias, que passaram de 2,7% para 2,3% de maio para junho.

Os dados do BC mostram que a inadimplência com recursos livres para as famílias ficou estável em 8,6% em relação à de maio. No caso das empresas, houve aumento da inadimplência de 3,2% para 3,4%, recorde da série histórica iniciada em 2000. No total, a inadimplência com recursos livres passou de 5,5%, em maio, para 5,7%, em junho, também o maior patamar da séria histórica.

No caso do crédito total (com recursos livres e direcionados – aquele em que as taxas ou recursos são pré-estabelecidos em normas governamentais, basicamente destinado aos setores rural, habitacional e de infraestrutura), a inadimplência subiu de 4,3%, em maio, para 4,4% em junho. A inadimplência corresponde ao atraso de pagamento superior a 90 dias.

Kelly Oliveira – Agência Brasil

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