Banco Central

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse que o governo quer reduzir o custo do crédito, no médio e longo prazo, de forma estrutural e sustentável. Goldfajn participou do Painel Projeto Spread Bancário, no BC em Brasília, para discutir sobre o atual custo do crédito no país.

“Estamos procurando a redução estrutural e sustentável do custo de crédito. Estrutural para serem medidas que de fato levam à queda do custo. E sustentável porque não queremos mais experimentos voluntaristas que levam à queda e depois, a gente sabe, volta”, disse.

Goldfajn afirmou que a redução do spread (diferença entre a taxa de captação de recursos pelos bancos e a cobrada dos clientes nos empréstimos) faz parte das reformas microeconômicas do governo para aumentar a eficiência e produtividade da economia. Ele acrescentou que há atualmente no BC um grupo de trabalho para debater o assunto e, assim que as medidas estiverem “minimamente maduras”, serão anunciadas.

O presidente do BC informou que o spread médio do período de 2011 a 2016 era composto por 53,5% de inadimplência, 23,8% de lucros, 5,1% de custos administrativos, 15,8% de impostos diretos e 1,8% de compulsórios e encargos fiscais.

Goldfajn enfatizou que quando a garantia do empréstimo é melhor, o spread fica menor. Ele citou como exemplo o crédito consignado, que tem spread menor, devido à garantia de que as parcelas dos empréstimos são pagas, já que são descontadas em folha de pagamento. Por isso, o presidente do BC defendeu que as medidas relacionadas ao spread têm que trazer mais segurança ao sistema.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também presente ao evento, disse que o governo está envolvido em uma série de medidas para aumentar a produtividade e o crescimento potencial da economia do país, como as de ajuste fiscal, além de enfrentar questões que prejudicam o ambiente de negócios, como o custo do crédito.

Meirelles citou medidas anunciadas pelo governo no ano passado, como o aperfeiçoamento do cadastro positivo, com adesão automática dos consumidores, a duplicata eletrônica e o projeto de reforma da lei de falências e recuperação judicial.

“É um programa abrangente que avança em diversas áreas e que é apenas o início. Temos certeza que vamos de fato ter consequências positivas desse esforço”, disse.

Agência Brasil

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