O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a projeção de que não haverá aumento no preço da gasolina neste ano. Entretanto, o colegiado avaliou que, por conta do recuo dos preços do petróleo no mercado internacional, não está descartada possibilidade de redução no valor da gasolina no país em 2009. A informação consta da ata da última reunião do Copom, realizada nos dias 9 e 10 deste mês, quando o comitê decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.

Segundo a ata, divulgada hoje (18), ao “persistir o quadro atual do mercado de petróleo, não parece prudente descartar por completo a hipótese de que ocorram reduções de preços [da gasolina] em 2009”.

O Copom ressaltou, entretanto, que “independentemente do comportamento dos preços domésticos da gasolina, a redução dos preços internacionais do petróleo pode eventualmente se transmitir à economia doméstica, tanto por meio de cadeias produtivas como a petroquímica quanto pelo efeito potencial sobre as expectativas de inflação”.

Na ata, o comitê avalia ainda que os preços de outras commodities (matérias-primas ou com pequeno grau de industrialização, como petróleo e minério de ferro) “também mostraram reduções importantes desde a última reunião do Copom, reagindo tanto ao maior pessimismo sobre as perspectivas para o crescimento da economia mundial quanto à continuidade da turbulência nos mercados financeiros globais”.

Segundo a ata, o Copom aumentou para 3,8% a expectativa de alta do conjunto de preços administrados por contrato (derivados de petróleo, energia elétrica, gás, planos de saúde, tarifas de água, esgoto e transportes públicos). Antes, o aumento estava estimado em 3,5%.

Esse conjunto de preços administrados, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), correspondeu a 29,62% do total do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de novembro.

Segunda a ata, não há expectativa de aumento nos preços da gasolina, mas os diretores do BC ajustaram de 0% para 2,6% o ajuste do botijão de gás. A ata também informa que a projeção de alta das tarifas de telefonia fixa foi alterada de 3,5% para 3,6% e a de energia elétrica foi mantida em 1,1%.

A projeção de reajustes dos itens administrados por contrato e monitorados para 2009 foi mantida em 5,5%.

Agência Brasil – Kelly Oliveira

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