Ausência de descontos e alta dos preços marcaram Black Friday brasileira, diz pesquisa
Os produtos ofertados na Black Friday brasileira tiveram aumento médio de 8,5% nos dias que antecederam a promoção, se comparado com a semana imediatamente anterior ao evento. Naquela sexta-feira, a alta foi de 0,06%, em média. A liquidação ocorreu no dia 23 de novembro e tentava repetir a fórmula tradicional nos Estados Unidos.
Os dados são da pesquisa feita pelo Programa de Administração de Varejo (Provar) e da Felisoni Associados com a Íconna, empresa que desenvolveu o software para sondar as informações de produtos idênticos nas diversas lojas de comércio eletrônico e obter os dados para a avaliação.
Levando em conta o movimento dos preços por número de itens e não a média, o valor de 600 produtos, ou 34,7% do total, subiu antes do dia do evento, no período avaliado a partir de 12 de novembro.
No dia do Black Friday, somente 48 itens, ou 2,8% do total de produtos pesquisados, tiveram redução de preço. Naquela sexta-feira, 88 produtos, ou 5,1%, tiveram preços inflacionados. Pelo menos 92,1% dos produtos, ou 1.592 unidades, não tiveram alteração nos valores, nem para mais, nem para menos. Segundo a pesquisa, estes itens já haviam sido reajustados antes da promoção.
O único momento em que os preços recuaram foi depois da Black Friday, entre os dias 26 e 30 de novembro, quando houve uma queda de apenas 0,29% nos preços médios do conjunto de produtos pesquisados, em relação ao dia do evento.
“Pelos resultados obtidos, pode-se dizer que não houve, de fato, promoção sob a chancela da marca Black Friday”, diz Claudio Felisoni De Angelo, presidente do Conselho do Provar e responsável pela pesquisa. Ele lembra que o evento tradicional do varejo americano é marcado por reduções entre 40% e 50% nos preços das mercadorias.
No período da promoção, a Fundação Procon-SP chegou a notificar sete redes varejistas que forjaram as ofertas ou aumentaram os valores dos itens antes da liquidação para que parecessem ter um desconto vantajoso.
Para comprovar as fraudes, a pesquisa divulgada nesta semana foi feita em lojas virtuais de grandes redes que também possuem lojas físicas. Foram avaliados os preços de 1.728 produtos, entre eletrodomésticos, eletrônicos, bebidas, aparelhos de imagem e som e itens de informática.
Com informações do Estado de S. Paulo.
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