A confusão judicial causada pelo aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros importados foi a principal responsável pela queda nas vendas de carros em outubro, segundo o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Sérgio Reze. Um balanço divulgado nesta quinta-feira, 3, pela entidade que representa os revendedores apontou que, no mês passado, a quantidade de carros vendidos foi 10,15% menor que a de setembro.

“Se não fosse a confusão gerada pelo IPI sobre os veículos importados, não teríamos nenhuma notícia negativa em outubro”, disse Reze ao explicar os números do levantamento da Fenabrave.

No dia 15 de setembro, o governo baixou um decreto que aumentou em 30 pontos percentuais o IPI sobre veículos importados para proteger a indústria nacional. No dia 20 de outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a mudança no imposto, para atender à legislação, só vale a partir de 15 de dezembro. Com isso, as alíquotas voltaram aos patamares anteriores.

Dados da Fenabrave mostraram que a média diária de vendas em dias úteis (desconsiderando o dia 28 de outubro, que foi ponto facultativo) caiu 0,67% de setembro para outubro. Já a venda de carros importados de fora do México ou de países do Mercosul (que têm acordos comerciais com o Brasil) caiu 17,77%.

Reze disse, porém, que a Fenabrave apoia o aumento do IPI para carros importados. Mesmo com o impacto negativo nas vendas, Reze disse que o governo precisa proteger a indústria nacional. Por isso, aumentar o IPI sobre os carros importados é, para ele, uma boa medida.

Vinicius Konchinski/Agência Brasil

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